O ARTÍSTA-DOCENTE: A LENTIDÃO COMO ESCOLHA PROCESSUAL EM DANÇA
Corpo. Dança. Lentidão. Pausa. Potência.
A presente pesquisa tem como objetivo principal investigar a lentidão como metodologia de conhecimento do corpo e como potência criativa para a dança. Compreende a lentidão como potência qualitativa, proporcionando reflexões acerca do corpo na dança. O processo de aceleração dos corpos na contemporaneidade abriu espaços potentes de investigação nesta pesquisa, como: refletir acerca do processo de desaceleração do corpo que dança, culminando em uma reflexão sobre a pausa na dança; investigar como se dá através do sabor da lentidão o processo de entendimento qualitativo do movimento dançado, no seu fazer artístico-criativo e pedagógico; propor a dança como potência, proporcionando o entendimento da mesma como área de conhecimento e de ampliação da consciência por meio das experiências vividas.
Os relatos da infância, do início da trajetória artística, da aplicação prática da pesquisa realizada na Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão, do projeto cênico Amiúde (2015) e do fazer artístico-docente, proporcionaram uma reflexão acerca das potencialidades da dança, propondo a lentidão como linguagem em dança que se constrói aos poucos e profundamente, gerando um aumento na consciência de si e do mundo.
A lentidão atua nesta pesquisa como objetivo de investigação principal e como metodologia de uma linguagem em dança. O estudo da Eukinética labaniana, da “dança pelos sentidos: composição coreográfica” e da “improvisação pelos sentidos” de Leal (2012) nos fez perceber que os estudos das qualidades expressivas do movimento dançado e o estudo de propostas metodológicas em dança contemporânea, baseada nos sentidos, culminaram no entendimento do movimento, da pausa e da dança como potências qualitativas que ampliam a consciência do corpo, entendendo-o em sua totalidade.