Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSADAQUE ALBUQUERQUE DA SILVA PIRES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSADAQUE ALBUQUERQUE DA SILVA PIRES
DATA: 31/08/2015
HORA: 15:00
LOCAL: Hospital Psiquiátrico João Machado
TÍTULO:

ARTE, LOUCURA E PSICOLOGIA: O CORPO VIVIDO  EM  INSTAURAÇÕES CÊNICAS


PALAVRAS-CHAVES:

Arte, corpo, loucura, espaço, tempo, instituição, vivência, criatividade, processos criativos, subjetividade, instauração cênica.


PÁGINAS: 66
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Artes
RESUMO:

Esta dissertação parte de uma proposta de investigação sobre o denominado ser louco, sua corporeidade e as relações intersubjetivas que esses corpos travam e que se revelam na cena cotidiana de uma instituição psiquiátrica, lembrando sempre que, esses corpos sob o signo da loucura lidam com o estigma.  Trata-se de investigar se há um modo de ser corporalmente predominante por restrições e desorganização na relação que essas pessoas têm com o outro, com o tempo e com o espaço. O modo como esses corpos se estruturam e se movimentam nos espaços sociais parecem estar impregnados por uma ideologia de valores,  crenças e preconceitos adquiridos no processo histórico-social.

 Deste modo, este trabalho se propõe a uma articulação entre loucura e arte e para isto, procuro encontrar conexões entre conceitos e questões que permeiam o tema da loucura e os processos de criação do artista, enfatizando a importância do contato e da vivência humana com a linguagem da arte através do contato dos internos no Hospital João Machado com a coligação Cruor Arte Contemporânea. A priori, a escrita esta sendo desenvolvida a partir da observação do espaço vivo e da interação participante dos artistas com os internos com fins de instaurar cenas, e deste modo, facilitar processos de criação e espaços para discussão sobre o sujeito que vive em condições de internamento e a importância da arte em um tratamento clínico. Articular arte e loucura neste estudo está vinculado a experiência vivida na interação desses corpos nos encontros.

Trata-se da relação desses corpos rotulados e institucionalizados por vezes de doente mental, por terem um histórico de enclausuramento em internações hospitalares, que por vezes, denominadas de manicômio, por conter uma cultura de controle social coercitivo. Investigaremos o encontro com outros corpos, especificamente corpos de artistas que trazem em si a experiência da arte e partir dai pensar na possibilidade de uma estética existencial das relações entre corpo, espaço, tempo e movimento nas instituições totalitárias e em um sentido mais amplo, nas condições determinadas historicamente ao louco, marcadas pelo abandono e ausência desse corpo, como também pela desorientação temporal e espacial, para tanto tenho o aporte da Psicologia Corporal em uma leitura fenomenológica existencial e da Psicologia Analítica através do estudo do significado dos símbolos na relação do ser humano consigo mesmo e com o ambiente. Essas perspectivas teóricas apresentadas foram escolhidas por trazerem contribuições para o estudo do ser humano em seus aspectos simbólicos, corporais e existenciais sob a ótica da arte.  Estudos estes, essenciais para a construção da experiência fenomenológica do sujeito em sua relação consigo mesmo e com o outro através da vivência da loucura.

Investi na ideia de que apesar das subjetividades nas instituições totalitárias serem moldadas e fabricadas, elas também possuem forças internas para moldarem a si próprias. No decorrer deste processo investigativo compreendemos que estudar as atuais cenas cotidianas protagonizadas no hospital Dr João Machado por subjetividades diferenciadas como portadoras de transtorno mental ou pessoas em sofrimento psíquico perpassa pelo entendimento de que na sociedade atual temos novas formas de produção da loucura, novos modos de ser louco, e reafirmando pois que a fabricação dessas emergentes formas subjetivas de ser louco é social e histórica e a arte pode ser um caminho para esta compreensão. Pois, se permitir a plasticidade e estéticas para outras formas de vivências, e “ser” com abertura para ousar, criar e refletir suas questões, seus estranhamentos, suas posturas adotadas e lugares assumidos na coletividade. E neste sentido, pela arte, em um espaço de saúde e ciência produzir conhecimento sobre o real e o vivido, pois a linguagem artística facilita ao ser humano expressar e perceber o mundo de uma forma mais autêntica. Vislumbra-se pensar pedagogias vivenciais e corporais para lidar com as cenas e os corpos que circulam e se fazem presentes naquela realidade institucionalizada a partir da arte, e facilitar um espaço onde a pessoa possa ter voz e expressá-la com autonomia corporal, ou seja, existencial em um processo artístico.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1288360 - NARA GRACA SALLES
Interno - 2200162 - TEODORA DE ARAUJO ALVES
Externo à Instituição - URÂNIA AUXILIADORA SANTOS MAIA DE OLIVEIRA - UFG
Notícia cadastrada em: 25/08/2015 12:26
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