INFLUÊNCIA DO TREINO EM ESTEIRA COM DUPLA TAREFA NA MARCHA DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON: ensaio clínico controlado randomizado.
Doença de Parkinson, marcha, reabilitação, cognição, pista externa.
Introdução: A perda na automaticidade da marcha dificulta a realização de atividades simultâneas (dupla tarefa). Nesse contexto, indivíduos com Doença de Parkinson (DP) apresentam significativa redução na velocidade da marcha e no comprimento do passo, bem como aumento na variabilidade entre as passadas e na assimetria, fatores predisponentes a quedas. Portanto, é necessário investigar abordagens que possibilitem um melhor padrão de marcha diante destas situações. Objetivo: Investigar os efeitos imediatos do treino de marcha associado a tarefas cognitivas na marcha de indivíduos com DP. Materiais e métodos: Vinte e dois voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos: Grupo Controle (n=11), que realizou treino de marcha em esteira durante 20 minutos; e Grupo Experimental (n=11), que realizou treino de marcha em esteira durante 20 minutos associado a tarefas cognitivas de fluência verbal, memória e planejamento espacial. Os participantes foram avaliados na fase on do medicamento anti-parkinsoniano quanto a dados demográficos, clínicos e antropométricos (formulário de identificação), condição cognitiva (Montreal CognitiveAssessment – MoCA), funções executivas (Bateria de Avaliação Frontal), nível de incapacidade física (Escala de Hoehn e Yahr Modificada), estado motor e funcional (Escala Unificada de Avaliação para a Doença de Parkinson – UPDRS), e cinemetria (Qualisys Motion Capture System). Resultados: Não houve diferenças entre os grupos, mas significativas mudanças intra-grupo foram encontradas. O grupo controle obteve aumento na velocidade (p=0,008), no comprimento da passada (p=0,04), no comprimento do passo (p=0,02) e diminuição no tempo de duplo suporte (p=0,03). O grupo experimental apresentou aumento na velocidade (p=0,002), no comprimento da passada (p=0,008), no comprimento do passo (p=0,02) ena cadência (p=0,01), assim como diminuição na largura da passada (p=0,001) e no tempo total de apoio (p=0,02). Quanto às variáveis angulares, o grupo experimental teve um aumento significativo no ângulo do contato inicial do tornozelo (p=0,01).Conclusão: Os resultados sugerem que a esteira é uma pista externa capaz de melhorar o desempenho de indivíduos com DP durante a marcha com dupla tarefa, mesmo sem associação a um treino com atividades simultâneas.