Variáveis relacionadas ao processo de adesão a um programa de prevenção a quedas em idosos cadastrados na Estratégia de Saúde da Família
idosos,quedas, prevenção, atenção básica à saúde
Introdução: A adesão é o maior problema enfrentado por profissionais e pesquisadores que trabalham com programas de prevenção a quedas. Objetivo: Averiguar as variáveis relacionadas ao processo de adesão a um programa de prevenção a quedas em idosos cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Métodos: Foi realizado um estudo observacional analítico de corte transversal. Todos os idosos cadastrados em uma UBS e com capacidade de deambulação independente foram convidados a participar de um programa de prevenção a quedas. Os Idosos que Aderiram ao Programa (IAP) foram avaliados na UBS; já os Idosos que Não Aderiram ao Programa (INAP) foram identificados e avaliados em domicílio. A avaliação para ambos os grupos foi realizada através de uma ficha de avaliação contendo dados pessoais e clínicos, escalas e medidas para avaliar o estado cognitivo, equilíbrio, mobilidade, medo de cair, força de preensão manual. Os dados foram analisados no SPSS 20.0. Além desta avaliação, os INAP foram submetidos a uma entrevista semiestruturada, na qual foi utilizada a abordagem qualitativa embasada na figura do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Participaram deste estudo 222 idosos, 111 IAP e 111INAP, maioria com idade entre 70 e 79 anos (48,2%), do gênero feminino (68,5%), casados (52,3%) e não alfabetizados (47,7%). Consolidaram-se como fatores de proteção à adesão piores índices de prática de atividade física (p=0,001), equilíbrio (p=0,010) e cognição (p=0,007). A entrevista dos INAP permitiu identificar dois temas: “Local para execução de programas de prevenção a quedas” e “Relação entre a UBS e o cuidado em saúde do idoso”, e verificou que os idosos não aderiram por impossibilidade de deslocamento e não mencionaram que os programas de atenção primária estão relacionados ao cuidado em saúde do idoso. Conclusões: Os idosos que não aderiram ao programa diferem dos idosos que aderiram quanto a piores índices de cognição, equilíbrio e prática de atividade física; apresentam dificuldade de deslocamento e não mencionaram as intervenções de atenção primária como ações de cuidado à saúde do idoso.