PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA (DAOP) E ALTERAÇÕES DE SENSIBILIDADE EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2: IMPACTO DA DAOP SOBRE A QUALIDADE DE VIDA, NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E COMPOSIÇÃO COPRORAL
Diabetes melito, doença arterial obstrutiva periférica, alterações de sensibilidade, qualidade de vida
O diabetes melito (DM) afetava aproximadamente 171 milhões de pessoas no mundo no ano 2000 segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por ser considerada uma doença multissistêmica o DM é capaz de causar complicações diversas, principalmente àquelas relacionadas ao sistema cardiovascular. Adoença arterial obstrutiva periférica (DAOP) de membros inferiores (MMII) e a neuropatia diabética periférica (NDP) podem acometer o paciente diabéticocausandoconsequências como o pé diabético e eventualmente amputações. O objetivo principal deste estudo foi determinar a prevalência de DAOP e alterações de sensibilidade em 73 pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) e avaliar o impacto da DAOP na qualidade de vida, nível de atividade física e composição corporal desses pacientes. Para as avaliações clínicas foram utilizados: o Índice tornozelo-braquial (ITB); testes quantitativos de sensibilidade tátil (ST, monofilamento de 10g), dolorosa (SD), vibratória (SV); reflexo aquileu (RA); questionário de qualidade de vida SF-36; questionário de atividade física habitual de Baecke e bioimpedância elétrica. A prevalência de DAOP na população estudada foi de 13,7%. O ITB correlacionou-se inversamente com a idade, tempo de diagnóstico referido e pressão arterial. Foram encontrados piores índices no sumário de saúde física do questionário SF-36 nos pacientes diabéticos, no entanto, a presença de DAOP, de magnitude predominantemente leve, não ocasionou alterações significativas na qualidade de vida, composição corporal ou grau de atividade física avaliado por questionário. Quatorze pacientes (19,2%) apresentaram alterações simétricas e bilaterais em dois ou mais testes de sensibilidade, compatíveis com o diagnóstico de NDP.Alterações na ST, SD e SV estavam presentes em 27,3%, 24,6% 8,2% dos pacientes; respectivamente. Houve associação estatística entre os resultados da ST com o RA e principalmente com SD, denotando a importância e praticidade da utilização do primeiro método na avalição de rotina no DM2. Em conclusão, a prevalência de DAOP em pacientes DM2 subclínicos foi ligeiramente maior que a apresentada na população geral e compatível com estudos anteriores em pacientes DM. O grau de DAOP foi predominantemente leve e ainda sem repercussões significativas sobre a qualidade de vida ou composição corporal. Nosso estudo mostrou que existe prevalência relevante tanto de DAOP quanto de NDP em pacientes DM2 sem diagnostico prévio destas comorbidades, demonstrando a necessidade de intervenções preventivas e terapêuticas precoces para a atenção desta população.