FUNÇÃO PULMONAR, FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E MOBILIDADE TORÁCICA DE CRIANÇAS COM LEUCEMIA AGUDA
Criança, Leucemia, Espirometria, Músculos Respiratórios
Introdução: As leucemias constituem a doença maligna mais frequente em crianças e adolescentes. Com a melhora no prognóstico, surge a necessidade de considerar a morbidade que os protocolos utilizados geram nas crianças em tratamento. Objetivo: Avaliar a função pulmonar, a força muscular respiratória e a mobilidade torácica de crianças com leucemia aguda. Método: Trata-se de um estudo observacional do tipo analítico transversal. Foram avaliadas 34 crianças, alocadas nos grupos A e B. O grupo A foi formado por 17 crianças com leucemia aguda na fase de manutenção do tratamento quimioterápico e o grupo B por 17 estudantes saudáveis da rede pública do município de Natal/RN, pareados em relação a gênero, idade e altura. A mobilidade torácica foi avaliada por meio de cirtometria torácica nos níveis axilar e xifóide. A função pulmonar foi mensurada utilizando o espirômetro Microloop Viasys® através de espirometria seguindo as normas da ATS e ERS. As pressões respiratórias máximas foram mensuradas com o manovacuômetro digital MVD300 (Globalmed®). As pressões inspiratórias máximas (PImáx) e as pressões expiratórias máximas (PEmáx) foram medidas a partir do volume residual e da capacidade pulmonar total, respectivamente. Os dados foram analisados através do software SPSS 17.0 atribuindo-se o nível de significância de 5%. A análise descritiva foi expressa através de média e desvio padrão. Foi utilizado o teste t’student não pareado para comparação dos valores encontrados no grupo A com os valores do grupo B, bem como com os valores de referência utilizados. Para comparação entre os coeficientes respiratórios no nível axilar com o nível xifóide em cada grupo, utilizou-se o teste t’student pareado. Resultados: O grupo A apresentou diminuição significativa da mobilidade torácica e da PImáx quando comparado ao grupo B, bem como da PImáx quando comparada aos valores de referência. Não houve diferença significativa entre a função pulmonar dos dois grupos avaliados e os valores do grupo A com os valores de referência de Mallozi (1995). Também não houve diferença significativa entre os valores de PImáx e PEmáx e os valores de limites inferiores propostos como referência. Conclusão: As crianças com leucemia aguda, linfóide ou mielóide, durante o período de manutenção do tratamento quimioterápico apresentam redução da mobilidade torácica e da força muscular inspiratória. Entretanto, até este momento, de conclusão do tratamento clínico, a função pulmonar e a força dos músculos expiratórios parecem manter-se preservadas em crianças entre cinco e dez anos.