Impacto da Doença arterial periférica na qualidade de vida, nível de atividade física e composição corporal de pacientes diabéticos tipo 2
Diabetes, doença arterial periférica, qualidade de vida, atividade física, composição corporal.
O diabetes mellitus (DM) afetava aproximadamente 171 milhões de pessoas no mundo no ano 2000 segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que no Brasil 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos sejam portadores de DM e que 46% destes desconhecem o seu diagnóstico. Por ter um caráter heterogêneo pode causar diversas complicações vasculares como a Doença arterial periférica (DAP), e neuropáticas, como a Neuropatia periférica diabética (NPD) e essas complicações podem atingir de forma negativa a qualidade de vida e a funcionalidade. O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da DAP na qualidade de vida, composição corporal e nível de atividade física de pacientes diabéticos tipo 2. Pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus do tipo 2, sem diagnóstico prévio de DAP e NPD foram incluídos neste estudo. A investigação da DAP foi realizada pelo cálculo do índice tornozelo-braço (ITB) com auxílio de um aparelho doppler e esfigmomanômetro; a avaliação da composição corporal foi feita pela técnica de bioimpedância corporal; a avaliação da sensibilidade foi realizada com o uso domonofilamento de 10 g de Semmes-Weinstein e da escala NeuropathyDisability Score (NDS); a avaliação da qualidade de vida pelo Questionário SF-36 e o nível de atividade física pelo questionário modificado de Baecke.Os pacientes foram divididos em três grupos segundo os valores do ITB, sendo estes: ITB NORMAL (ITB >0,9 e <1,3; N= 35), ITB ANORMAL (ITB ≤0,90 e ≥1,30; N=16) e um terceiro grupo para análise estatística incluindo apenas valores de ITB compatíveis com diagnóstico de DAP - ITB DAP (ITB ≤ 0,90; N=10).Os resultados preliminares demostraram que 31,4% dos pacientes avaliados apresentaram valores anormais de ITB, sendo que a prevalência de pacientes com ITB classificados como portadores de DAP foi de 19,61%. O sumário de Saúde Física (SF) do SF-36 mostrou uma tendência a menores médias naqueles pacientes com valores de ITB anormal e ITB DAP. Os valores das médias foram 39,28±9,78 em ITB Anormal e 38,12±11,07 em ITB DAP, comparadas à média do grupo NORMAL 44,20±10,30 (P=0,11 nos dois casos). Não houve diferença entre os valores médios do escore total (ET) do questionário de Baecke entre os grupos. A correlação entre os valores de ITB e oET do questionário de Baeck, não demonstrou significância estatística (P=0,85) o que infere em uma baixa especificidade do questionário de Baecke, para a determinação do nível de atividade física da população estudada.