EFEITOS DO TREINAMENTO SOBRE SUPERFÍCIES INCLINADAS NA MARCHA DE INDIVÍDUOS COM HEMIPARESIA CRÔNICA – ENSAIO CLINICO CONTROLADO RANDOMIZADO
Hemiparesia, marcha, inclinação
A recuperação da marcha independente é o principal objetivo da reabilitação para muitos pacientes após um AVC. O protocolo de reabilitação a ser utilizado para alcançar esse objetivo pode seguir vários procedimentos a depender das condições do paciente. Dentre esses métodos está o treinamento de marcha em superfícies inclinadas, porém poucos são os achados científicos que elucidem os resultados desse tipo de prática. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do treino de marcha em superfícies inclinadas na marcha de sujeitos com hemiparesia crônica. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um ensaio clínico, controlado, randomizado e cego. Participaram do estudo 28 sujeitos de ambos os sexos com média de idade de 55,28 ± 9,02 anos e tempo médio de lesão de 35,57 ± 31,71 meses. Todos os sujeitos foram avaliados quanto ao estado neurológico (NIHSS - National Institutes of Health Stroke Scale), à capacidade de deambulação funcional (FAC - Categoria de deambulação funcional), ao grau de espasticidade (Escala de Ashworth Modificada), à independência funcional (MIF - Medida de independência funcional), ao equilíbrio (EEB - Escala de equilíbrio de Berg), à habilidade motora (escala de Fugl-Meyer), além da avaliação da marcha através do sistema de fotogrametria Qualisys. Após a avaliação inicial os sujeitos foram alocados de maneira aleatória em dois grupos: Grupo Controle (GC) cujos sujeitos foram submetidos a treinamento de marcha em esteira elétrica com suporte parcial de peso corporal (SPP) sem inclinação; e Grupo Experimental (GE) que foi submetido ao treinamento em esteira elétrica com SPP e com inclinação de 10%. Foi realizado um total de 12 sessões de treinamento distribuídas, uniformemente, em três sessões semanais. Um dia após a última sessão de treinamento os sujeitos foram reavaliados seguindo os mesmo critérios metodológicos da avaliação inicial. Os resultados foram analisados pelo programa SPSS 17.0, atribuindo-se nível de significância de 5%, sendo utilizada a estatística descritiva dos dados demográficos e clínicos. Para comprovação da homogeneidade dos grupos antes do treinamento foi realizado o teste t-student. Para comparações dos grupos após o treinamento foi realizado o teste ANOVA 2x2 com medidas repetidas tendo como fatores o tempo e o grupo de intervenção. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de intervenção (p< 0,05) quanto aos dados demográficos e clínicos, comprovando com isso a homogeneidade entre os grupos com relação a essas variáveis antes do treino.