“Prevalencia e fatores associados ao desenvolvimento e progressao de
sintomas craniocervicais e orofaciais entre profissionais de saude durante a
pandemia da COVID-19: uma revisao sistematica”
Cefaleia, Cervicalgia, Pessoal de Saúde, Disfunção
Temporomandibular, Fatores de risco.
RESUMO
Introdução: A pandemia de COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2,
impôs desafios significativos aos profissionais de saúde em todo o mundo, que
enfrentaram altos níveis de estresse e riscos de contaminação. O uso
prolongado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), aliado à intensa
carga de trabalho, resultou em um aumento nos relatos de sintomas
craniocervicais nessa população. Evidências sugerem que a combinação de
fatores físicos e psicológicos desempenha um papel crucial na elevada
prevalência desses sintomas. No entanto, a relação entre esses fatores e
outros sintomas craniocervicais além da dor de cabeça, como cervicalgia, dor
orofacial e disfunção temporomandibular, ainda requer maior investigação.
Objetivo: investigar a prevalência de sintomas craniocervicais e orofaciais
entre profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19, identificando
possíveis fatores associados ao início, desenvolvimento, progressão e
agravamento desses sintomas nesse contexto. Métodos: foi conduzida uma
revisão sistemática seguindo as diretrizes PRISMA, com protocolo
previamente registrado no PROSPERO. A revisão incluiu estudos
observacionais publicados a partir de 2020 que reportaram a prevalência ou
incidência de sintomas craniocervicais, como dor de cabeça, cervicalgia e dor
orofacial, em profissionais de saúde durante a pandemia. As buscas foram
realizadas nas bases de dados PUBMED, MEDLINE, EMBASE, CINAHL Plus,
Web of Science e SCOPUS, abrangendo estudos de todos os continentes.
Nenhuma restrição de idioma foi aplicada. Resultados parciais: foram
incluídos 37 estudos, totalizando 15.086 profissionais de saúde, incluindo
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros. A prevalência de dor de cabeça
entre esses profissionais durante a pandemia foi de 41,5%. Fatores individuais,
médicos e ambientais foram associados à ocorrência de dor de cabeça no
contexto da COVID-19. A dor cervical foi o segundo sintoma craniocervical
mais avaliado, seguida pela dor orofacial. Além disso, o local de trabalho, a
carga horária, o uso e o tipo de equipamentos de proteção individual (EPIs)
também foram analisados, juntamente com a presença de ansiedade,
sintomatologia depressiva, estresse, fadiga e distúrbios do sono. Esses
achados destacam a importância de abordar os fatores que contribuem para a
elevada prevalência de sintomas craniocervicais entre os profissionais de
saúde.