EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES POSICIONAMENTOS SOBRE AS MEDIDAS
DE PRESSOES RESPIRATORIAS E A ATIVACAO ELETROMIOGRAFICA DOS
MUSCULOS RESPIRATORIOS EM INDIVIDUOS COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE E EM INDIVIDUOS SAUDAVEIS
Distrofia Muscular de Duchenne, Musculos Respiratórios, Pressões
Respiratórias Máximas, Eletromiografia, Postura.
Introdução: A influência da posição corporal na ventilação tem sido estudada por
décadas, tanto em indivíduos saudáveis quanto em pacientes com diferentes
condições respiratórias. A capacidade do sistema neuromuscular de gerar força é
influenciada por diversos fatores e as mudanças na postura têm o potencial de
alterar o comprimento e a posição dos músculos respiratórios, afetando a sua
função e sua capacidade de gerar tensão e força. Na Distrofia Muscular de
Duchenne (DMD) o avançar da doença leva à fraqueza muscular respiratória. A
partir disso o objetivo do estudo foi avaliar a influência das posições corporais e a
atividade elétrica dos músculos respiratórios durante as medidas das pressões
inspiratória (SNIP) e expiratória nasais (SNEP) em sujeitos com DMD versus
saudáveis pareados, e das pressões Inspiratória Máxima (PImáx), Expiratória
Máxima (PEmáx), além da SNIP e SNEP em sujeitos saudáveis.
Métodos: Foi avaliada a ativação dos músculos respiratórios:
esternocleidomastodeo (ECM), escaleno (ESC), reto abdominal (RA), oblíquo
externo (OE) e intercostais (IT), por meio da Eletromiografia de superfície (EMGs),
durante as manobras de SNIP, SNEP, PImáx e PEmáx. A avaliação foi realizada
nas posições: sentada e supino com a cabeceira elevada a 45º em indivíduos com
DMD, grupo Duchenne (GD), pareados com sujeitos saudáveis, grupo controle
(GC), e nas posições: sentada, supino com a cabeceira elevada a 45º e supino em
sujeitos saudáveis.
Resultados: 1) Foram avaliados 15 indivíduos com DMD (4 excluídos),
restando 11 sujeitos que compuseram o GD sendo pareados com 11 sujeitos saudáveis. Os sujeitos do GD apresentaram menores valores de SNIP e SNEP em
comparação ao GC (P<0,05), a atividade eletromiográfica em ECOM, ESC e RA
durante as manobras foi menor no GD versus GC na posição sentada, e menor no
RA na posição supino 45º comparando os mesmos grupos (P<0,05). Nas análises
intragrupo, a ativação eletromiográfica em ECOM, ESC e RA foi maior na posição
sentada do que na posição supino 45º no GD (P<0,05). No GC a a ativação
eletromiográfica no ECOM foi maior na posição sentada do que na posição supino
45º (P<0,05).
2) Foram avaliados 10 indivíduos saudáveis, igualmente divididos entre
cinco homens e cinco mulheres. Neste grupo os valores de SNIP e SNEP foram
significativamente maiores na posição sentada em relação à posição supina
(P<0,05). A atividade dos IT foi maior durante as manobras de PImáx, PEmáx e
SNEP na posição sentada (P<0,05). Além disso, a atividade do RA foi maior nesta
posição durante as manobras de PImáx e SNEP (P<0,05).
Conclusão: Nossos resultados demonstram que, tanto em indivíduos com
DMD quanto em sujeitos saudáveis, as pressões geradas nas manobras de SNIP e
SNEP, quanto a atividade eletromiográfica em todas as manobras são favorecidas
quanto mais ereto o tronco.