Densidade mineral ossea e composicao corporal em individuos com e sem Diabetes Mellitus tipo 2.
Fotodensitometria por Raios X, Composição Corporal, Envelhecimento, Densidade Mineral Óssea.
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é considerado um problema de saúde pública. Estima-se que 90 a 95% dos casos de DM são do tipo 2, com maior presença nos países em desenvolvimento. O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) evoluiu a partir de rápidas mudanças culturais, econômicas e sociais. Muitas pessoas com DM2 são obesas ou estão com sobrepeso. O aumento da inatividade física e do número de doenças resulta em uma perda substancial da densidade mineral óssea, enquanto que a gordura corporal é preservada ou aumentada. Com a epidemia da obesidade mundial, espera-se uma baixa densidade mineral óssea e um aumento do DM nos próximos anos. Diante deste contexto, a mensuração de variáveis e seu estudo são essenciais no manejo desses distúrbios, além das intervenções voltadas em busca de uma densidade mineral óssea adequada, que podem ajudar no controle do DM2. Objetivos: avaliar a validade discriminativa e a acurácia diagnóstica da gordura ginóide (%) através do Dual-energy X-ray absorptiometry (DEXA) na composição corporal entre mulheres com e sem DM2; e avaliar indivíduos com e sem DM2 em relação a densidade mineral óssea e as variáveis sociodemográficas, clínicas, funcionais e laboratoriais. Métodos: Manuscrito 1 - foram avaliadas 130 mulheres, trata-se de um estudo metodológico de validade discriminativa e acurácia diagnóstica da Composição Corporal na gordura ginóide (%) avaliado através do DEXA, foi seguido o Consensus-based Standards for the Selection of Health Measurement Instruments (COSMIN) e o Standards for Reporting Diagnostic Accuracy Studies (STARD). Em relação às análises estatísticas, as variáveis foram comparadas entre os grupos com e sem DM2 por meio dos testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher e por meio do teste T-Student ou Mann-Whitney. A análise de proporções de uma amostra (grupo com DM2) foi realizada pelo teste Binomial. Foi calculado o tamanho de efeito pelo coeficiente de correlação rank-biserial (r). Para a acurácia diagnóstica foi realizada a ROC curve e foram calculados os valores preditivos positivo e negativo. Manuscrito 2 - um total de 168 indivíduos de ambos os sexos foram avaliados, a Densidade Mineral Óssea (DMO) foi mensurada através do DEXA, o estudo foi caracterizado como observacional analítico de caráter transversal. Foram aplicados os testes t não pareado e de Mann-Whitney. O tamanho de efeito utilizado para o teste t não pareado foi o d de Cohen, já o tamanho de efeito calculado para o teste de Mann-Whitney foi o coeficiente de correlação rank-biserial. Para avaliar a associação entre a variável dependente e as variáveis categóricas foi utilizado o teste de qui-quadrado ou teste exato de Fisher. O tamanho de efeito calculado foi o coeficiente Phi e V de Cramer. Em ambos os manuscritos, os indivíduos avaliados tinham idade mínima de 40 e máxima de 85 anos, com e sem diagnóstico de DM2. Os instrumentos aplicados foram: questionário de caracterização clínica, cognição (Mini-Mental State Exam); nível de atividade física (International Physical Activity Questionnaire); e força de preensão palmar (dinamômetro). Resultados: Manuscrito 1 - Um total de 130 mulheres foi avaliado, das quais 60 (46,2%) apresentaram diagnóstico clínico de DM. Na comparação entre os grupos, a porcentagem de gordura ginóide apresentou diferença estatisticamente significativa (U = 1484; p = 0,004). O tamanho de efeito encontrado foi 0,25. Foi identificado um ponto de corte ≤ 47,90. Manuscrito 2 - Um total de 168 indivíduos foram avaliados, sendo 83 com DM2 e 85 sem DM2. Na análise comparativa entre as variáveis DMO (normal e baixa) e indivíduos sem DM2 p = 0,039 com Tamanho de Efeito (TDE) = 0,59. Na análise associativa das variáveis DMO (normal e baixa) e indivíduos com DM2 p = 0,033 e TDE = 0,23. Conclusão: Manuscrito 1 - O grupo de mulheres com DM2 apresentou menor porcentagem de gordura ginóide, o ponto de corte encontrado para classificar as mulheres com DM2 a partir da gordura ginóide foi ≤ 47,90 (%); A gordura ginóide mostrou uma boa sensibilidade (81,67%), no entanto, baixa especificidade (47,14%), com taxas de falsos positivos ocasionais; Indicada para rastrear indivíduos com DM2, com uma acurácia moderada. Manuscrito 2 - Existe uma associação entre o aumento da idade com a baixa DMO e a queixa de dor nos MMII está associada a uma DMO normal. Não foi possível concluir que o diagnóstico do DM2 é um fator de risco para apresentar uma baixa DMO.