Exercicio isometrico versus isotonico em individuos com tendinopatia do manguito rotador
- Efeitos na dor no ombro, funcionalidade, forca muscular, e atividade eletromiografica:
um ensaio clinico randomizado.
Manejo da dor; terapia por exercício; eletromiografia; movimento; síndrome do
impacto subacromial.
Introdução: A tendinopatia do manguito rotador (MR) é uma desordem comum do ombro, cujo
tratamento conservador envolve principalmente programas de exercícios, como fortalecimento e
alongamento de musculatura periescapular e de MR, exercícios de carga progressiva, e de
ativação concêntrica e excêntrica. Já foi demonstrado ques essas intervenções melhoram a dor e
função do ombro. Embora os exercícios isométricos sejam amplamente estudados para o
tratamento de tendinopatias de membros inferiores, sua aplicação na tendinopatia do MR ainda
necessita de maior investigação. Objetivo: Comparar os efeitos do exercício isométrico versus
isotônico na dor, na função e na ativação muscular do ombro em indivíduos com tendinopatia do
MR. Materiais e métodos: Quarenta e sete indivíduos (18 – 60 anos) com tendinopatia
unilateral no suprespinhal e/ou infraespinhal foram randomizados em dois grupos: isométrico e
isotônico. As avaliações ocorreram antes e após a primeira sessão de tratamento, e após seis
semanas de intervenção. Os desfechos incluíram dor, função geral do ombro, força isométrica de
elevação e rotação lateral (RL) e medial (RM) do ombro, além da atividade eletromiográfica dos
músculos deltóide médio, infraespinhal, serrátil anterior e trapézio inferior durante os testes de
força. Ambos os grupos realizaram um protocolo de alongamento e fortalecimento da
musculatura periescapular e fortalecimento dos músculos do MR de acordo com o grupo
alocado. As diferenças entre os grupos foram analisadas usando Generalized Estimating
Equations, com o auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences. Resultados:
Após seis semanas, ambos os grupos apresentaram melhora da dor e função de ombro, melhora
da força de RM e melhor ativação muscular do infraespinhal no teste de força de elevação, além
de melhor ativação do serrátil anterior no teste de força de RM. O grupo isométrico mostrou
maior satisfação com o ombro, maior ganho de força de RL e elevação e melhor ativação de
infraespinhal no teste de força de RL. Conclusão: Tanto os exercícios isométricos quanto os
isotônicos com carga progressiva são eficazes na redução da dor e na melhora da função em
indivíduos com tendinopatia. O isométrico por sua vez mostrou maior satisfação com o ombro e ganhos superiores de força, especialmente na RL, associado ao aumento da ativação do músculo infraespinhal.