EFEITOS AGUDOS DA TÉCNICA DE INSUFLAÇÃO-EXSUFLAÇÃO MECÂNICA SOBRE O PICO DE FLUXO DE TOSSE E VOLUMES DA PAREDE TORÁCICA EM INDIVÍDUOS COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
Doenças Neuromusculares; Tosse; Pletismografia; Terapia Respiratória
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa multissistêmica com heterogeneidade clínica, genética e neuropatológica, sendo o comprometimento respiratório, caracterizado por volumes pulmonares reduzidos e tosse ineficaz, sua principal causa de morbi-mortalidade. A insuflação-exsuflação mecânica (I-EM), também conhecida como 'cough assist', consiste em aumentar o fluxo de ar expiratório e, assim, promover o aumento do pico de fluxo da tosse (PFT) e a remoção de secreções. Objetivo: Analisar e descrever os efeitos agudos de um único tratamento de I-EM sobre o pico de fluxo de tosse (PFT) e volumes operacionais da parede torácica (PT) em indivíduos com ELA versus saudáveis pareados. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo transversal analítico composto por dois grupos: grupo experimental formado por indivíduos com ELA (GEla) e um grupo controle (GC) formado por sujeitos saudáveis pareados. Onde são avaliados a função pulmonar, força muscular respiratória, PFT e volumes da PT, antes (PréI-EM) durante (I-EM) e após a aplicação da técnica de I-EM (PósI-EM), através da Pletismografia Optoeletrônica (POE). Resultados: Foram avaliados 9 participantes do Gela, de ambos os sexos (55,9 ± 15,3 anos e IMC 23,2 ± 4,4 Kg/m2, CVF 2.62 ± 1,0 L, VEF1/CVF 0,79 ± 0,1 L), com predominância de apresentação clínica da doença em sua forma espinhal (55,5%) e tempo médio de convívio com a doença de 26,1±13,8 meses. As variáveis utilizadas como parâmetros de análise do padrão respiratório parecem demonstrar uma ligeira melhora após a aplicação do protocolo, enquanto que o PFT teve um aumento discreto. O índice de respiração rápida e superficial parece demonstrar uma redução após o uso do equipamento de I-EM. Conclusão: De acordo com os resultados preliminares, pode-se concluir que os achados do estudo estão semelhantes ao que se encontra na literatura, porém faz-se necessária a realização de mais análises, a fim de caracterizar o padrão toracoabdominal através das contribuições dos diferentes compartimentos na distribuição dos volumes da PT antes e após a aplicação da I-EM, bem como investigar as mudanças no recrutamento do volume pulmonar e adaptação dos músculos respiratórios em resposta a técnica de I-EM.