Reabilitação motora para crianças e jovens com distrofia muscular: Revisão de escopo
Distrofia muscular, intervenção motora, fisioterapia, pediatria, revisão de escopo.
Introdução: O tratamento das doenças neuromusculares mudou nos últimos anos, do manejo paliativo dos sintomas aos métodos preventivos de capacitação com foco na funcionalidade, participação e atividade. A importância da realização de exercícios físicos na qualidade de vida de crianças e jovens com distrofias musculares é bem conhecida, porém ainda há lacunas sobre os tipos de exercícios, intensidade, frequência, duração e efeitos que possam nortear as intervenções. Apesar das evoluções terapêuticas na área da reabilitação, verifica-se uma escassez de ensaios clínicos e ausência de revisões sistemáticas com foco nas intervenções motoras na população com distrofia muscular dificultando a elaboração de evidências de pesquisa e diretrizes que possam auxiliar na tomada de decisão e aplicação na prática clínica. Objetivo: Identificar os estudos em intervenção motora e caracterizar as abordagens realizadas nas distrofias musculares em crianças e jovens. Metodologia: A elaboração da revisão de escopo seguiu as orientações do The Joanna Briggs Institute, de acordo com a seguinte estrutura: (1) identificação da questão de pesquisa, (2) critérios de inclusão, (3) identificação de estudos relevantes, (4) seleção de estudos, (5) mapeamento dos dados e (6) comparação, resumo e relato dos resultados. Para garantir a confiabilidade entre avaliadores, 20% da amostra foi revisada de forma independente e comparada pelos dois membros da equipe. Resultados: foram encontrados 11.009 resumos nas bases de dados, 416 eram duplicados e 22 elegíveis para revisão do texto completo. Doze estudos foram incluídos na revisão. Ao total, 308 crianças e jovens participaram de todos os estudos incluídos, a idade dos participantes variou entre 4 e 14 anos. Foram encontrados diferentes protocolos com focos de intervenção distintos, entre as modalidades. Os desfechos mais abordados foram força muscular, função muscular, resistência, marcha e habilidades funcionais. 40,37% dos instrumentos utilizados focaram em testes funcionais. Conclusão: Foi observado uma variabilidade considerável nos desfechos analisados e intervenções motoras aplicadas às crianças e adolescentes com DM. As evidências clínicas sobre os tipos de exercícios nas distrofias musculares ainda são limitadas e heterogêneas e não permitem um consenso sobre os efeitos do exercício físico nesta condição clínica. No entanto, há escassez de estudos que foquem na qualidade de vida, participação e independência desta população.