Atividade elétromiográfica de músculos respiratórios e periféricos em indivíduos com doenças respiratórias crônicas durante o Incremental Shuttle Walking Test.
músculos respiratórios; fisiologia respiratória; teste de esforço; eletromiografia; doenças respiratórias
Objetivo: O principal objetivo do presente estudo foi avaliar e atividade elétrica dos músculos esternocleidomatoide (ECOM), escaleno (ESC) e reto femoral (RF), através da eletromiografia de superfície (EMGs), durante o Incremental Shuttle Walking Test (ISWT), em indivíduos com doenças respiratórias crônicas e saudáveis. Métodos: Trata-se de um estudo caso controle. Foram avaliados 17 indivíduos com diagnóstico clínico de asma (grupo Asma) (idade: 34.76 ± 11.18; VEF1%: 91.41 ± 13.6) e 15 com DPOC (grupo DPOC) (idade: 65.6 ± 7.84; VEF1%: 63.46 ± 13.73) e pareados com sujeitos saudáveis (grupo Controle pareado) por idade, sexo e índice de massa corporal. A EMGs dos músculos ECOM, ESC e RF foram registradas durante a avaliação da capacidade de exercício pelo ISWT. Os sinais elétricos foram analisados nos domínios de tempo e frequência, para extrair, respectivamente, os dados de amplitude do sinal, em 3 momentos do ISWT, e a densidade de espectro de potência ao longo do teste. Resultados preliminares: A distância percorrida no ISWT foi significativamente menor para grupo Asma, comparado ao respectivo grupo Controle pareado (p = 0.0007). Não houve diferenças significativas entre o grupo DPOC e seu respectivo grupo Controle. A amplitude da atividade elétrica dos músculos avaliados foi significativamente maior nos estágios iniciais do ISWT e mantendo-se até final do teste, em ambos os grupos Asma (ECOM [33%: p= 0.0005 e 66%: p= 0.004], ESC [33%: p= 0.001 e 66%: p= 0.033], e RF [33%: p= 0.02 e 66%: p= 0.004]) e DPOC (ECOM [33%: p=0.009, 66%: p=0.023 e 100%: p=0.023], ESC [33%: p= 0.006, 66%: p= 0.008 e 100%: p= 0.016] e RF [33%: p= 0.032 e 66%: p= 0.039]), comparados aos grupos Controle pareado. A frequência mediana (FM) e razão high / low (H/L) diminuíram linearmente em todos os músculos avaliados no grupo Asma, sendo os valores de slope da FM significativamente diferente entre os asma e controle para ESC (p = 0.016) e RF (p < 0.0001). No grupo DPOC houve uma diminuição linear da FM, para ECOM e RF. Os valores de slope da FM diferenciaram-se, entre os grupos, para o ECOM (p < 0.0001) e ESC (p = 0.002). Os slopes da razão H/L foram diferentes, entre os grupos, para ESC (p < 0.0001) e RF (p = 0.002). Conclusão: De acordo com os resultados preliminares, podemos concluir que em indivíduos asmáticos e com DPOC há um aumento substancial da atividade elétrica dos músculos respiratórios durante o ISWT, e é acompanhado pelo aumento de ativação de músculos periféricos, porém as custas de um baixo desempenho. Além disso, a partir do comportamento do espectro de potência, podemos sugerir que os músculos respiratórios e periféricos são susceptíveis a fadiga muscular nesses indivíduos, durante o protocolo incremental.