ATIVIDADE CORTICAL E DESEMPENHO MOTOR DURANTE A APRENDIZAGEM DE UM JOGO VIRTUAL EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Transtornos cerebrovasculares, Terapia de exposição à realidade virtual, Extremidade superior, Eletroencefalografia, Reabilitação
As sequelas decorrentes do Acidente Vascular Cerebral (AVC) indicam a necessidade de intervenções que favoreçam a recuperação funcional desses pacientes. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade cortical e o desempenho motor durante a aprendizagem de um jogo de realidade virtual em pacientes com AVC. Método: Participaram do estudo 12 pacientes, sendo 6 com lesão cerebral esquerda (PE), com idade média de 54,1 anos (± 9,4) e 6 com lesão à direita (PD), com idade média ± 50,6 anos (± 5,8) e 12 indivíduos saudáveis que ativaram o hemisfério cerebral esquerdo (SE) e o direito (SD). Os participantes foram submetidos a uma avaliação eletroencefalográfica ao realizar um treino com 3 blocos de 5 tentativas do jogo de dardos virtual (XBOX Kinect). O desempenho no jogo foi registrado através das medidas de erro absoluto (EA), constante (EC) e variável (EV). Os dados foram analisados através da ANOVA com teste post hoc de Tukey. Resultados: O grupo PE teve menor potência de alfa em AF3 (córtex pré-frontal esquerdo) (p=0,031) e o grupo PD em T8 (córtex temporal direito) (p=0,038). Quanto à onda beta, evidenciou-se menor potência em FC5 (córtex pré-frontal esquerdo) (p=0,001), e maior potência em P7 (área sensorial esquerda) (p=0,010) para o grupo PE. Os pacientes mostraram maiores valores de EA e EC do que os saudáveis (p=0,015). Conclusão: O comportamento da ativação cortical e do desempenho motor sugerem benefícios do jogo com realidade virtual ao estimular a aprendizagem motora, principalmente nos pacientes com lesão cerebral direita. É possível que os pacientes com lesão cerebral esquerda precisem de mais tempo de terapia de exposição à realidade virtual para intensificar a plasticidade cerebral e a aprendizagem motora.