INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, SAÚDE AUTORREFERIDA E PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NO BRASIL: ESTUDO DE PREVALÊNCIA COM DADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2013
Insuficiência cardíaca; Nível de saúde; Inquéritos epidemiológicos; Prevalência.
Introdução:A insuficiência cardíaca (IC) é um dos mais importantes desafios clínicos atuais na área da saúde mundial, com perfil epidêmico em progressão. Nesse sentido, a saúde autorreferida (SAR) amplamente utilizada nos inquéritos de saúde, apresenta-se como ferramenta para monitorar o estado de saúde das doenças crônicas não transmissíveis e assim,melhor planejar a assistência e efetividade das políticas de saúde. A SAR é categorizada em saúde autorreferida boa (SAR B) e precária (SAR P), a qual por sua vez é um preditor de morbimortalidade. Objetivo: Estimar a prevalência da IC e associação com a SAR no Brasil. Métodos: Estudo transversal que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada em 2013, com dados válidos para 59.655 adultos (≥ 18 anos). A prevalência de insuficiência cardíaca, avaliada pela pergunta “Algum médico já lhe deu o diagnóstico de insuficiência cardíaca?”, relacionou-se às características sociodemográficas, percepção do estado de saúde (SAR, percepções de saúde física e mental), diagnóstico de depressão e prática de exercício físico. Foram realizadas as análises descritiva, bivariada e multivariada. O modelo final da associação principal foi testado pela regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: O diagnóstico de IC foi referido por 1,1% dos entrevistados. Observou-se que ter o diagnóstico médico de IC aumenta em quatro vezes a chance de ter pior percepção de saúde (OR = 4,17; IC95% 3,65 – 4,76), contudo essa medida de ponto reduz para menos da metade, quando ajustado por faixa etária e percepção da saúde física (OR = 1,78; IC95% 1,52 – 2,08). Conclusão: A associação entre IC e SAR precária revela a forma como essa doença influencia a qualidade de vida dos brasileiros com tal moléstia. Além disso, as informações da PNS, por ser representativa da população brasileira, são úteis para subsidiar a formulação das políticas públicas nas áreas de promoção, vigilância e atenção à saúde do Sistema Único de Saúde em indivíduos com IC.