PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS AO PARTO CESÁREO NO CONTEXTO REGIONAL BRASILEIRO
Cesárea; Prevalência, Brasil; Saúde da mulher.
Introdução: A operação cesariana atualmente vem se tornando cada dia mais frequente em todo o mundo. Ela, se indicada de forma correta, é efetiva na redução da mortalidade materna e perinatal. No entanto, vem sendo realizada sem reais indicações, aumentando a sua prevalência e podendo levar a riscos desnecessários, tanto para a mãe quanto para o bebê. Vários são os fatores que podem estar associados a essa crescente taxa, mas estes são pouco explorados sobre a ótica das regiões brasileiras. Objetivo: Estimar a prevalência e fatores associados às cesáreas no contexto das regiões brasileiras. Metodologia: Foi realizado um recorte do banco de dados da Pesquisa Nacional de Saúde – PNS, um estudo de base domiciliar, de âmbito nacional, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde em 2013. Foram incluídos dados de mulheres com idade entre 18 a 49 anos, totalizando 16.175 registros de mulheres que estiveram grávidas e pariram em alguma vez na vida. Foi realizada a análise descritiva das variáveis de interesse, análise bivariada por meio do teste de Qui-Quadrado, e a regressão logística. Foi adotado um nível de significância ou p valor < 0,05. Resultados: A prevalência no Brasil de mulheres que tiveram parto cesárea foi de 53,03%. Com o passar dos anos (desde 1974 até 2013), houve aumento de chances de ter esse tipo de parto principalmente nas regiões Nordeste (121%, IC95: 1.42 – 3.46) e Sul (175%, IC95: 1.44 – 5.23), em brasileiras que tem plano de saúde (3 vezes mais chances, IC95: 1.69 – 5.38), com diagnóstico de hipertensão arterial (2,77 vezes, IC95: 1.58 – 4.85), com problema crônico de coluna (2 vezes, IC95:1.01 – 4.05) e idade avançada na primeira gravidez (2 vezes mais chances, IC95: 1.20 – 3.35). Além disso, mulheres com maiores níveis de escolaridade tem 2,05 vezes (IC95%: 1.27 – 3.30) mais chances de ter um parto cesárea, destacando as das regiões Norte e Sul, enquanto que no Nordeste, esta probabilidade aumentou, independentemente do nível de escolaridade. Conclusão: A taxa de cesáreas no Brasil permanece alta, sendo o parto vaginal o mais prevalente nas regiões Norte (52,74%) e Nordeste (51,06%), enquanto o parto cesáreo é mais nas regiões Sudeste (59,32%), Sul (56,96%) e Centro Oeste (61,48%). Os fatores associados como o tempo, o grau de escolaridade, a idade materna e o fato de ter plano de saúde privado, parecem contribuir para o aumento dessa prevalência, comportando-se distintamente entre as regiões do país, por serem influenciados pelas características peculiares de cada uma.