Observação da ação para reabilitação do membro superior de pacientes com Acidente Vascular Cerebral: uma revisão sistemática com metanálise.
Acidente Vascular Cerebral, extremidade superior, Aprendizagem, Reabilitação.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) causa comprometimentos motores principalmente no membro superior (MS). A Observação da Ação (OA) tem sido utilizada para a reabilitação do MS desses pacientes. É uma terapia multissensorial que consiste na observação de um sujeito saudável realizando uma tarefa motora, seguida de prática física. O objetivo do estudo foi verificar se a OA melhora a função motora do MS e a dependência para as atividades da vida diária (AVD´s) dos pacientes com AVC e se tem relação com algum efeito adverso. Uma estratégia de busca de palavras e termos foi utilizada para a identificação dos artigos, nas seguintes bases científicas: Cochrane; MEDLINE; PsycINFO; CINAHL e LILACS. Além de busca manual nas referências dos artigos e busca de teses e dissertações no Portal da Capes e LILACS. Foram selecionados estudos do tipo ensaio clínico randomizado (ECR) com pacientes de AVC, com comprometimento do MS e que utilizou a OA como intervenção. Os dados extraídos dos estudos foram utilizados para análise do risco de viés, do efeito do tratamento e da qualidade do corpo da evidência. Foram incluídos 6 estudos, totalizando 270 pacientes e foram realizadas as metanálises. Em relação à função motora do braço, o efeito estimado em favor da terapia não foi significativo. Entretanto, quando considerada a função da mão a estimativa do efeito foi favorável ao grupo que realizou a AO, em curto (diferença de média=6,93; 95% IC 1,48 a 12,39; p=0,01) e em longo prazo (diferença de média=7,57; 95% IC 1,34 a 13,80; p=0,02). Não foi possível a análise para a dependência funcional. Os estudos apresentaram um baixo ou incerto risco de viés, porém a qualidade do corpo da evidência foi considerada de baixa e muito baixa qualidade. A OA foi efetiva em melhorar a função da mão dos pacientes com AVC. Apesar da baixa qualidade dessa evidência o uso da OA na prática clínica não deve ser desencorajado. Novos estudos de ECR devem ser realizados com maior rigor metodológico e maiores amostras, contemplando desfechos importantes como dependência funcional para as AVD´s.