Efeitos do treino em esteira com carga sobre a mobilidade funcional e equilíbrio postural de indivíduos com acidente vascular cerebral: Ensaio clínico randomizado.
AVC; hemiparesia; reabilitação; giro
Introdução Indivíduos acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC) apresentam severas alterações motoras, com prejuízo na marcha e em atividades funcionais, dificultando a participação desse indivíduo na sociedade. A utilização de carga como restrição ao movimento do membro inferior não-parético (MINP) parece ser uma abordagem promissora para melhora da marcha; porém, não se sabe os efeitos dessa prática sobre o equilíbrio postural e sobre a mobilidade funcional. Objetivo Avaliar os efeitos da adição de carga ao MINP sobre a mobilidade funcional e equilíbrio postural de pacientes com AVC na fase subaguda. Metodologia Trata-se de um ensaio clínico controlado randomizado e cego, onde 38 indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em grupo controle (GC), que realizou treino de marcha em esteira, e em grupo experimental (GE), que realizou treino em esteira associado à adição de carga no MINP. Ambos os grupos treinaram 30 minutos todos os dias, por 9 sessões, sendo estimulados também à prática de exercícios domiciliares utilizando o membro parético. Os sujeitos foram avaliados quanto ao equilíbrio postural pela Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), e quanto à mobilidade funcional pelo teste Timed Up and Go (TUG) e pelos parâmetros cinemáticos do movimento do giro, antes dos treinamentos, na metade dos treinamentos, após o término dos treinamentos e após um período de seguimento. Resultados Houve melhora no equilíbrio postural no decorrer do tempo (P<0,001, F=39,391), mas sem diferença entre os grupos (P = 0,513, F = 0,437), da mobilidade funcional (P<0,001, F=18,326), também sem alteração entre grupos (P=0,297, F=1,121), além de melhora dos parâmetros cinemáticos do giro, como velocidade do giro (P<0,001, F=35,129), comprimento da passada (P<0,0001, F=29,709), tempo da passada (P<0,0001, F=13,419) e tempo de duplo suporte (P<0,0001, F=17,476), em ambos os grupos, entretanto sem diferença estatística entre eles. Todas as alterações foram mantidas após o período de seguimento. Conclusão A melhora das variáveis apresentada por ambos os grupos sugere que o treino intensivo de marcha em esteira associado à prática de exercícios domiciliares é eficaz na melhora do equilíbrio postural e mobilidade funcional na fase subaguda após AVC. A adição de carga ao MINP, no entanto, não se mostrou um fator importante na intervenção, uma vez que não foram encontradas diferenças entre os grupos.