RELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL E DESEMPENHO FÍSICO EM MULHERES DE MEIA IDADE: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Menopausa, Força, desempenho físico
A transição menopausal é um período marcante
do envelhecimento feminino, que traz alterações corporais, funcionais
e metabólicas. Pesquisas tem apontado uma relação entre o quadro
sarcopênico, como a perda de massa e função muscular, e alterações
de composição corpórea, como o aumento do IMC e da massa adiposa, com
o desempenho físico. Objetivo: investigar a relação entre a
composição corporal e o desempenho físico em mulheres de meia idade.
Métodos: estudo transversal, em uma amostra de 398 mulheres entre 40 e
65 anos, residentes na comunidade. A composição corporal foi analisada
por meio da circunferência de cintura, IMC, relação cintura/quadril,
índice de massa muscular esquelética (IMME), porcentagem de gordura e
porcentagem de massa magra, aferidos pela bioimpedância elétrica. O
desempenho físico foi analisado através da força de preensão, força
de flexão e extensão de joelho, aferidas pelo dinamômetro portátil, da velocidade da marcha habitual e do tempo de sentar/levantar. A
análise foi realizada através de regressão linear múltipla sendo
ajustada pelas demais variáveis independentes que apresentaram p<0,10
na análise bivariada. Resultados: as voluntárias com maiores
porcentagens de gordura corporal apresentaram piores resultados para
Velocidade da Marcha (B=-0,004; IC 95%=-0,007 - -0,002; p=0,002) e para
o Tempo de Sentar-Levantar (B=0,052; IC 95%=0,018 - 0,085; p=0,002).
Quanto à Força de Preensão Manual, as mulheres com maior IMME
(B=3,664; IC 95%=2,882 - 4,447; p<0,001) tiveram melhores resultados,
enquanto quem tem menor IMC (B=-0,287; IC 95%=-0,429 - -0,146; p<0,001)
apresenta piores resultados. As mulheres com maior IMME tiveram melhores
resultados para a Força de Extensao de Joelho (B=1,603; IC 95%=1,159 -
2,046; p<0,001) e para a Força de Flexão de joelho (B=1,864; IC
95%=1,339 - 2,388; p<0,001).A variáveis de composição global (IMC), e marcadora de massa magra
(IMME) se relacionaram de forma significativa e positiva com os testes
de dinamometria. Enquanto que o percentual de gordura, marcador de
adiposidade, demonstrou relação significativa e negativa com os testes
físicos mais dinâmicos, que não dependiam apenas da força para sua
realização.