Comunicação visual em caranguejos chama-marés: efeitos da coloração na sinalização sociossexual e predação
Coloração corporal; Camuflagem; Chamariz; Maturidade reprodutiva; Visão de cores
Os comportamentos de corte e competição dos caranguejos chama-marés são mediados por sinalizações visuais conspícuas proveniente do quelípodo do macho, o qual reflete sua qualidade através do tamanho, da força e da velocidade de aceno. Entretanto, sinalizar para coespecíficos possui um custo associado a atração de predadores o qual é mitigado através de estratégias antipredação, como camuflagem, aposematismo ou chamariz. O objetivo desse estudo é avaliar se a coloração corporal dos chama-marés estão adaptados ao seu habitat de forma a otimizar sua sinalização visual para coespecíficos, e reduzir custos de predação através da camuflagem ou chamariz.Através da análise espectrofotométrica e modelagem visual de uma comunidade composta por cinco espécies de chama-marés (Leptuca leptodactyla, Leptuca cumulanta, Leptuca thayeri, Minuca rapax, e Uca maracoani) buscamos saber se suas cores corporais possuem um padrão de conspicuidade no quelípodo e camuflagem na carapaça. Nos aprofundamos na sinalização intraespecífica utilizando a espécie L. leptodactyla através de experimentos laboratoriais e comportamentais buscando responder se a sinalização honesta de cor está relacionada a tamanho, força e maturidade reprodutiva. Além disso, será realizado experimentos de predação em campo utilizando modelos de massinha de chama-marés para verificar a pressão de predação sobre diferentes fenótipos crípticos e conspícuos. Os resultados parciais nos mostram que, através da ecologia e modelagem visual das cinco espécies, os quelípodos são mais conspícuos que suas carapaças. Além disso, vimos que não existe diferenças de qualidade reprodutiva (cor e tipo de quela, tamanho, peso e força) entre machos de fenótipos crípticos e conspícuos. O tipo de fenótipo de cor pode estar atrelado a capacidade de sobrevivência o que será testada pelo experimento de predação e camuflagem. Não há diferenças visuais entre quelípodos originais e regenerados, porém há diferenças de peso e força, o que configura uma sinalização desonesta. Esses resultados parciais nos mostram que a cor conspícua da quela ao mesmo tempo que se desenvolveu para a atração de parceiros reprodutivos, foi selecionado para atrair a atenção de predadores para evitar um ataque a carapaça, região vital.