GENES FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM: BASES MOLECULARES DOS EFEITOS DO ÁLCOOL NO ZEBRAFISH (Danio rerio)
etanol; peixe paulistinha; expressão gênica; linhagens de zebrafish; variação genética.
Relatórios recentes da Organização Mundial de Saúde estimam que 3,3 milhões de pessoas morrem de causas relacionadas ao álcool a cada ano, tornando-se a droga mais impactante e deletéria em todo o mundo. O abuso desta substância é um problema preocupante devido ao seu amplo uso legal e o enorme impacto que ele tem na saúde e na sociedade. O álcool afeta diversos sistemas do organismo, dentre eles, o sistema nervoso central, onde interage com diversos sistemas de neurotransmissão, como o dopaminérgico (principal envolvido com o comportamento de reforço e vício). Desta maneira, o consumo excessivo e crônico do álcool pode levar a um estado de dependência, conhecido como alcoolismo. No entanto, nem todas as pessoas respondem da mesma maneira à substância: sabe-se que há variações genéticas, fisiológicas e comportamentais que influenciam na forma como os sujeitos desenvolvem a dependência pelo álcool. Neste sentido, estudos comparativos entre linhagens de uma mesma espécie são importantes pois nos ajudam a entender como o background genético contribui para o estabelecimento do alcoolismo. Para estudar como o álcool afeta a humanidade, vários laboratórios estão realizando pesquisas utilizando um dos animais mais populares para a pesquisa translacional: o zebrafish (Danio rerio). Este modelo animal oferece possibilidade de conclusões translacionais, uma vez que possui vias bioquímicas evolutivamente conservadas com seres humanos, tornando-o bom modelo para o estudo da dependência de drogas. Desta maneira, avaliaremos se há variação comportamental e genética na resposta ao álcool agudo e crônico entre as linhagens de zebrafish durante a fase larval e adulta.