Banca de DEFESA: ISABELLA MARIA DE OLIVEIRA PONTES FERNANDES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISABELLA MARIA DE OLIVEIRA PONTES FERNANDES
DATA : 12/11/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Reuniões do CB
TÍTULO:

Diferenças sexuais no comportamento de ratos submetidos ao modelo do estresse crônico moderado.


PALAVRAS-CHAVES:

estresse, depressão, memória, medo, diferenças sexuais, fluoxetina, nado forçado.


PÁGINAS: 148
RESUMO:

O estresse é caracterizado por alterações psicofisiológicas desencadeadas por pressões externas e internas. A exposição repetida a eventos estressores promove alterações em processos cognitivos, emocionais e comportamentais do indivíduo, e tais alterações podem estar relacionadas à doenças mentais, como depressão. Estudos apontam para diferentes estratégias de enfrentamento ao estresse e dados da Organização Mundial de Saúde mostram que a incidência de depressão e a resposta ao tratamento com antidepressivos são diferentes entre homens e mulheres e que esta diferença está relacionada com a variação hormonal que ocorre em fêmeas. Além disso, as alterações cognitivas promovidas pelo estresse e a resposta ao tratamento variam entre machos e fêmeas, principalmente memórias com contexto emocional, que já se sabe recebem influência direta de hormônios sexuais, e ainda estão relacionadas com o mecanismo de ação dos principais antidepressivos utilizados na clínica, como a fluoxetina (FLX). No entanto, a maioria dos estudos é realizada em machos com a desculpa de que a variação hormonal torna a análise em fêmea ainda mais complexa. Compreender as diferenças sexuais na resposta ao estresse em machos e fêmeas é imprescindível para prevenir e tratar as patologias que possam surgir a partir dela de forma mais eficaz, respeitando as particularidades de cada indivíduo. Neste sentido, utilizamos o modelo do estresse crônico moderado (CMS) em ratos Wistar machos e fêmeas para investigar possíveis alterações comportamentais relacionados com a depressão e a memória de medo, além da resposta ao tratamento com FLX. Em um primeiro momento foram realizados 2 experimentos pilotos para avaliar o tempo necessário para que os animais apresentassem comportamento tipo depressivo e o momento do início do tratamento. Após isso, os animais foram submetidos à 35 dias de CMS e tratados nos últimos 15 dias com FLX ou veículo (VEI). Os animais foram submetidos ao teste do nado forçado (NF), splash test (ST) e campo aberto (CA), antes e após o tratamento com FLX, e ao medo condicionado ao contexto (MCC) no final do protocolo. Fêmeas foram separadas por fases do ciclo estral com altos (proestro e estro – P/E) e baixos (metaestro e diestro – M/D) níveis hormonais. Nossos dados demonstram que antes do tratamento com FLX (TTT) apenas os machos-CMS apresentaram comportamento do tipo-depressivo representado pelo aumento do tempo de imobilidade no NF comparados aos machos-control (CTR), mas não após o TTT, possivelmente devido ao prejuízo na retenção da memória de imobilidade. Após TTT, fêmeas-CMS apresentaram aumento no tempo de escalada, independente da FLX, e P/E-CTR apresentou redução do tempo de imobilidade e aumento no tempo ativo quando comparado com M/D-CTR, sugerindo que o estrógeno pode ter efeito protetor antidepressivo. Além disso, CMS-FLX apresentou redução do tempo de imobilidade e aumento do tempo ativo comparado com M/DCTR-FLX, mas sem diferenças em relação ao P/E-CTR-FLX e CMS-VEI. No ST, antes do TTT apenas os machos-CMS apresentaram aumento no tempo de catação em relação aos machosCTR e após TTT machos-CMS-VEI apresentaram aumento na catação em relação aos machosCTR-VEI e fêmeas-CTR-FLX apresentaram redução de catação em relação às fêmeas-CMSFLX, apresentando resultados contraditórios à literatura. Os animais de ambos os sexos não apresentaram diferenças quanto à atividade locomotora no CA, reforçando que os efeitos observados nos outros testes não estão relacionados a alterações motoras. P/E-CMS explorou menos o centro do campo comparado ao seu CTR, sugerindo um efeito ansiogênico, possivelmente mediado pelo estrógeno. No MCC apenas machos-CMS apresentaram redução no tempo de congelamento quando comparados aos CTR, independente do tratamento com FLX, sugerindo prejuízo na memória de medo causada pelo CMS apenas em machos. Estes dados demonstram diferenças sexuais no CMS em resposta ao NF e MCC. Machos parecem mais vulneráveis ao CMS apresentando comportamentos do tipo depressivo mais cedo, além de apresentarem prejuízo na memória de medo, enquanto as fêmeas apresentam comportamento do tipo depressivo em fases do ciclo estral com baixos níveis de estrógeno (M/D) e os níveis elevados de estrógeno (P/E) parecem exercer efeito protetor nas fêmeas no comportamento tipo depressivo após estresse crônico, mas sem impacto na memória de medo.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2140860 - ROVENA CLARA GALVAO JANUARIO ENGELBERTH
Interno - 089.072.754-67 - VICTOR ANASTÁCIO DUARTE HOLANDA - UFRN
Externa ao Programa - 1720860 - VANESSA DE PAULA SOARES RACHETTI
Externo à Instituição - EZEQUIEL BATISTA DO NASCIMENTO
Externo à Instituição - RAMÓN HYPOLITO LIMA - IINN
Notícia cadastrada em: 07/11/2019 14:14
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