Banca de DEFESA: LUANA PINI CAVALCANTI DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUANA PINI CAVALCANTI DE SOUSA
DATA : 16/03/2018
HORA: 08:30
LOCAL: Anfiteatro das Aves
TÍTULO:

Taxa de mudança do canto da baleia jubarte (megaptera novaeangliae) em um estoque reprodutivo


PALAVRAS-CHAVES:

Evolução cultural; transmissão cultural horizontal; distância de Levenshtein; monitoramento acústico passivo; display sexual; cetáceos.


PÁGINAS: 94
RESUMO:

As baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) migram anualmente das áreas de alimentação para áreas de reprodução em zonas tropicais ou subtropicais durante o inverno e primavera. Um importante hábitat reprodutivo é o Brasil, onde o Banco de Abrolhos na Bahia é a maior área de ocorrência e concentração da subespécie M. n. australis no Oceano Atlântico Sul ocidental. Predominantemente, na temporada de acasalamento, somente os machos da espécie produzem complexas e longas vocalizações: o canto. Este apresenta padrões repetitivos e é estruturado hierarquicamente em unidades, frases e temas. Por mais que a função do canto ainda não esteja completamente esclarecida, é comprovado que está associado com a seleção sexual da espécie. A hipótese mais aceita é de ser um meio de atrair as fêmeas ou de mediar interações entre macho, como forma de comunicação e display intra e intersexual nos grupos de reprodução. Cada população de jubarte no mundo tem sua própria canção, que se modifica ao longo dos anos com diferentes taxas de mudanças. Todos os machos da mesma população incorporam as alterações até todos convergirem em um canto similar. As mudanças ao longo do tempo e o aprendizado de tais por todos os machos da população resultam em diferentes ou novas canções, processo descrito como evolução cultural. Existem poucos estudos que avaliam qualitativamente a evolução do canto das baleias jubarte no Brasil, entretanto ainda não há estudos quantitativos sobre essas modificações do canto a médio prazo. Essa pesquisa tem como objetivo (1) descrever os temas dos cantos emitidos por machos no Brasil de 2006 a 2017, (2) caracterizar a composição dos temas a nível de frase e (3) identificar alterações na sequência de temas entre cantos de anos diferentes quantitativamente através do índice de similaridade da distância de Levenshtein de 2000 a 2017. Os dados foram coletados por monitoramento acústico passivo durante a temporada reprodutiva das jubartes no Brasil (julho a novembro). Apenas temas estáticos foram considerados para definir o canto modelo de cada ano que é composto por um ciclo de sequência de temas sem repetição dos mesmos. Os resultados obtidos possibilitaram constatar a evolução cultural do canto da baleia jubarte no Brasil em curta escala temporal, comparando cantos entre anos consecutivos, e em média escala temporal (cantos de 2000 e 2017). Variações intra e interindividuais foram constatadas em diferentes níveis hierárquicos do canto: unidades, frases e temas, provavelmente refletindo a dinâmica do processo de seleção sexual da espécie. Análises qualitativas caracterizaram a estrutura do canto das jubartes do Estoque Reprodutivo “A” (Brasil). Adicionalmente, análises quantitativas demonstraram diferentes taxas de mudanças do canto ao longo dos anos, indicando que não há um padrão único ou gradual dessas alterações. Os resultados obtidos evidenciam que a evolução cultural do canto não é determinada por uma única variável, enfatizando a necessidade de pesquisas futuras que definam quais são as forças evolutivas que direcionam esse processo.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1863735 - RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA MOBLEY
Externo ao Programa - 1439088 - MAURO PICHORIM
Externo à Instituição - MARIA ISABEL CARVALHO GONÇALVES - UESC
Notícia cadastrada em: 12/03/2018 08:43
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