Comunicação acústica em Neoponera villosa (Hymenoptera, Formicidae, Ponerinae)
Bioacústica, estridulação, formigas, castas.
A comunicação química é amplamente conhecida e estudada em formigas. Entretanto, essa não é única modalidade empregada na transmissão de informação entre elas. Sinais acústicos e vibratórios são utilizados por várias espécies de formigas em interações intra e interespecíficas, apesar de serem pouco estudados. Entre as modalidades de produção de sinais vibroacústicos estão estridulação, movimentos corporais e percussão. Estes sinais podem transmitir mensagens de alarme, recrutamento, ativação da colônia, pistas para o provisionamento de larvas e avaliação de recursos alimentares. Tendo isso em vista, este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar a utilização de sinais acústicos estridulatórios na espécie Neoponera villosa (Hymenoptera, Formicidae, Ponerinae), caracterizando tanto a estridulação quanto o órgão estridulatório de operárias, rainhas e machos, analisando em que contextos ocorre a emissão de estridulação e analisando a resposta das operárias de N. villosa diante da estridulação de coespecíficos. Os resultados preliminares mostram que os sinais estridulatórios de N. villosa são compostos majoritariamente por sequências monossibálicas de chilros, sendo um chilro composto por uma única sequência de pulsos. Entretanto, 34% dos chilros analisados apresentaram uma sequência de pulsos mais fraca antecedendo a sequência principal. Os sinais estridulatórios apresentaram diferenças significativas entre as castas quanto ao número de pulsos de cada chilro, taxa de emissão de pulsos e frequência dominante. Sinais produzidos por rainhas tiveram valores maiores nestes três parâmetros acústicos em relação aos produzidos por operárias.