Banca de QUALIFICAÇÃO: THIEZA GRAZIELLA A DA SILVA G DE MELO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THIEZA GRAZIELLA A DA SILVA G DE MELO
DATA: 24/02/2016
HORA: 14:30
LOCAL: Sala de Aula da Pós-Graduação em Psicobiologia
TÍTULO:

Influência do sexo e do ciclo hormonal nos efeitos da fluoxetina na memória e ansiedade em ratos


PALAVRAS-CHAVES:

Esquiva discriminativa, antidepressivos, fluoxetina, ciclo estral.


PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:
Transtornos de humor e ansiedade, os quais possuem uma grande incidência na população mundial, apresentam-se em alta comorbidade. Além dos sintomas emocionais, indivíduos afetados por essas patologias apresentam alterações cognitivas importantes. A primeira linha de tratamento farmacológico para maioria dos transtornos de humor e, em alguns casos, de ansiedade são os antidepressivos, especialmente os inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS) e inibidores seletivos da receptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN). Apesar de mulheres serem até duas vezes mais afetadas pelos transtornos citados, as pesquisas pré-clínicas sobre os efeitos dos antidepressivos nesse sexo não são tão representativas quanto aquelas realizadas no sexo masculino. Além disso, possíveis influências do ciclo hormonal natural das mulheres na ação desses fármacos têm sido pouco exploradas. Nosso trabalho buscou investigar os efeitos agudos de três doses de fluoxetina no comportamento de ratas em diferentes fases do ciclo estral, utilizando a tarefa de esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (EDL). A EDL é realizada em um labirinto em cruz elevado modificado que permite a avaliação concomitante de parâmetros cognitivos e emocionais. Fluoxetina (5, 10 ou 20 mg/kg) ou veículo foram administradas i.p. em ratas em todas as fases do ciclo estral, antes da sessão de treino. Posteriormente, os animais foram testados e retestados sem a administração do fármaco 24 h e 48 h depois, respectivamente. Os principais resultados mostraram que: (1) nem a o tratamento com fluoxetina nem a fase do ciclo estral interferiram com o aprendizado; (2) ratas na fase de estro, em geral, mostram pior desempenho de evocação independente do tratamento; (3) apesar de haver algum grau de extinção da tarefa em todos os grupos, as ratas na fase estro mostraram este processo de forma mais proeminente; (4) o tratamento com fluoxetina promoveu melhora na evocação das ratas em estro, enquanto piorou o desempenho das ratas em outras fases, variando-se as doses nas quais ocorreram esses efeitos; (5) o tratamento com 20 mg/kg de fluoxetina antes do treino promoveu um aumento da extinção da tarefa nas fases de estro e diestro; (6) quanto aos parâmetros relacionados com a ansiedade, enquanto o estro aumenta o comportamento de avaliação de risco, a exploração dos braços abertos não é alterada com a fase e (7) o tratamento com fluoxetina (10 mg/kg) aumenta a exploração dos braços abertos, independente da fase do ciclo. Em conclusão, os resultados corroboram estudos anteriores em outras tarefas mostrando que há variação do comportamento de fêmeas de acordo com a fase do ciclo. Além disso, sugerem que os efeitos da fluoxetina sobre os processos de memória, quando administrada antes do treino, variam de acordo com a fase do ciclo bem como a fase da memória envolvida (evocação ou extinção). Finalmente, o conhecido efeito ansiolítico da fluoxetina foi corroborado por nossos experimentos. Entretanto, devido às diferentes faixas de dose e fase do ciclo nas quais os fenômenos foram alterados, os efeitos desse fármaco na memória e na ansiedade não parecem estar inter-relacionados. As próximas etapas do trabalho buscarão investigar possíveis mecanismos para essas diferenças encontradas no efeito da fluoxetina nas diversas fases do ciclo.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2527496 - ALESSANDRA MUSSI RIBEIRO
Interno - 1645202 - ELAINE CRISTINA GAVIOLI
Presidente - 1439078 - REGINA HELENA DA SILVA
Notícia cadastrada em: 15/02/2016 11:04
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