Banca de DEFESA: LUCIANA VARELLA DE FIGUEIREDO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCIANA VARELLA DE FIGUEIREDO
DATA: 29/09/2015
HORA: 16:00
LOCAL: Sala da Pós-Graduação em Psicobiologia
TÍTULO:

Reserva Extrativista Acaú-Goiana:Tragédia Comum ou Decisão Coletiva?


PALAVRAS-CHAVES:

Co-gestão, recursos de uso comum, valores individuais, manejo co-participativo.


PÁGINAS: 75
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Nos últimos anos observamos, no Brasil, a ampliação de espaços democráticos, proporcionando o emprego de estratégias de gestão participativa em áreas de recursos de uso comum. Entretanto, a existência de um modelo não garante a prática, de fato, que a co-gestão aconteça, ou que ela impeça a exaustão dos recursos comuns caracterizando a tragédia preconizada por Hardin. Neste trabalho realizamos uma análise da gestão da RESEX Acau-Goiana localizada nos municípios de Acaú (PB) e Goiana (PE), oito anos após a sua criação legal. Utilizamos como instrumento interpretativo os princípios facilitadores da gestão de recursos comuns (PGRC) identificados por Elinor Ostrom e o questionário de valores humanos proposto por Schwartz. A escala de valores foi aplicada com 240 indivíduos, sendo metade beneficiário e a outra metade não-beneficiário, somente os 120 pescadores das 4 comunidades da RESEX foram submetidos ao questionário dos PGRC. As entrevistas foram realizadas no período de Maio a Setembro de 2014. Testamos três hipóteses: 1) quanto maior a dependência de produtos da RESEX maior será o conhecimento sobre os PGRC; 2) a inserção dos indivíduos em uma área de uso comum (RESEX) aumenta os valores coletivistas; 3) valores mais coletivistas aumentam o conhecimento dos PGRC. Para tanto, definimos índices de dependência sócio-econômica de produtos da RESEX, de conhecimento dos PGRC e de valores individuais. Análises estatísticas de comparação de médias e correlação foram empregadas. Os nossos resultados mostraram que o conhecimento acerca de seis dos sete itens analisados nos princípios básicos (PGRC) ainda é baixo, apresentando valores em torno de 0,2 numa escala de zero a um (0 a 1). A extensão territorial (6.678 hectares) e o elevado número de usuários (1440 famílias) pode estar exercendo um efeito prejudicial no desenvolvimento da gestão compartilhada. Ao contrário do previsto, beneficiários que mais dependiam da RESEX não apresentaram maior conhecimento dos PGRC, mas os beneficiários que passavam mais tempo na RESEX que tiveram maiores índices. Isto indica que é o contato direto com o ambiente, não a dependência do mesmo que aumenta o conhecimento dos PGRC. De acordo com nossa hipótese, indivíduos com valores coletivistas apresentaram maior conhecimento dos PGRC e menor horas de trabalho dentro da RESEX, indicando maior tendência dos indivíduos refrearem seu uso do recurso comum. Valores individualistas correlacionaram com menor conhecimento de um PGRC. Entre os beneficiários, indivíduos com maiores valores individualistas tinham renda mensal mais elevada, enquanto que entre os não beneficiários não houve essa correlação, demonstrando as vantagens econômicas do individualismo (free-riding) em situações de uso não-privativo dos recursos. Nossos dados enfatizam a importância de orientar os principais atores no desenvolvimento de uma gestão co-participativa na direção dos princípios básicos, e que desenvolver valores coletivistas entre os usuários de um bem comum pode aumentar o conhecimento destes princípios.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2696495 - RENATA GONCALVES FERREIRA
Interno - 1350337 - FIVIA DE ARAUJO LOPES
Externo ao Programa - 1718747 - PRISCILA FABIANA MACEDO LOPES
Notícia cadastrada em: 18/09/2015 17:28
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