Banca de DEFESA: ISABELLA MARIA DE OLIVEIRA PONTES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ISABELLA MARIA DE OLIVEIRA PONTES
DATA: 09/05/2014
HORA: 16:00
LOCAL: Sala de Aula da Pós-Graduação em Psicobiologia
TÍTULO:

Efeitos do tratamento com lítio na memória aversiva, comportamentos relacionados à ansiedade e depressão e na expressão de BDNF em ratos


PALAVRAS-CHAVES:

Lítio, memória aversiva, aprendizado, ansiedade, depressão, BDNF, esquiva discriminativa, nado forçado, ratos.


PÁGINAS: 79
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Lítio (Li) é o fármaco de escolha para o tratamento do transtorno bipolar, doença psiquiátrica caracterizada por oscilações de humor entre mania e depressão. Entretanto, estudos mostram que essa droga pode ter influência sobre os processos mnemônicos devido a seu caráter neuroprotetor, antiapoptótico e neurogênico. O emprego no lítio para o tratamento de déficits cognitivos provocados por lesões cerebrais ou doenças neurodegenerativas vem sendo amplamente estudado, visto que esse fármaco mostra-se capaz de prevenir ou até mesmo aliviar prejuízos na memória. Os efeitos do Li na ansiedade e depressão são controversos e a relação entre os efeitos do Li na memória, ansiedade e depressão são ainda desconhecidos. Neste contexto, os objetivos deste estudo foram: avaliar os efeitos da administração aguda e crônica de carbonato de lítio na memória aversiva e ansiedade, simultaneamente, utilizando a esquiva discriminativa no labirinto em cruz elevado (ED); testar o efeito antidepressivo do fármaco através do teste do nado forçado (NF); avaliar a expressão de fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) em estruturas relacionadas com memória e emoção. Para a avaliação do efeito agudo, ratos Wistar machos foram submetidos à administração intraperitoneal de carbonato de lítio 50, 100 ou 200 mg/kg uma hora antes do treino (ED) ou carbonato de lítio 50 ou 100 mg/kg uma hora antes do teste (NF). Para a avaliação crônica, foram administradas as doses de 50 ou 100 mg/kg ou veículo por 21 dias antes do início das tarefas comportamentais (ED e NF). Após o término dessas tarefas, os animais foram eutanasiados e seus encéfalos removidos para realização de imunohistoquímica para quantificar BDNF. Os animais que receberam tratamento agudo com Li nas doses de 100 e 200 mg/kg não demonstraram discriminação entre os braços fechados (aversivo e não-aversivo) na sessão treino da ED, mostrando que esses animais não aprenderam a tarefa. Essa ausência na discriminação foi observada também na sessão teste, mostrando que não houve evocação da memória aversiva. Foi ainda observado um aumento da exploração dos braços abertos para essas mesmas doses, apontando um efeito ansiolítico do fármaco. Os mesmos grupos apresentaram ainda uma redução na atividade locomotora, no entanto, esse efeito parece não estar relacionado com o efeito ansiolítico do fármaco. O tratamento crônico com lítio não promoveu alterações nos processos de aprendizado e memória. No entanto, foi observado uma redução da exploração dos braços abertos pelos animais tratados com a dose de 50 mg/kg em relação aos outros grupos, mostrando um efeito ansiogênico causado pelo tratamento crônico. Esse efeito não está relacionado a alterações locomotoras, visto que não foi detectado alterações nesses parâmetros. Ambos os tratamentos (agudo e crônico) foram ineficazes em demonstrar o efeito antidepressivo do lítio na tarefa do NF. O tratamento crônico com lítio também não foi capaz de alterar a expressão de BDNF no hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal. Esses resultados sugerem que a administração aguda de lítio promove prejuízos no aprendizado em uma tarefa aversiva, impedindo a ocorrência de consolidação e evocação da memória. A redução da ansiedade no tratamento agudo pode ter impedido o aprendizado da tarefa aversiva, visto que já foi verificado que níveis ótimos de ansiedade são necessários para que ocorra aprendizado com contexto emocional. Com a continuidade do tratamento os animais recuperam a capacidade de aprender e evocar a tarefa, mas não apresentam alterações em relação ao grupo controle e a ausência de alteração na expressão de BDNF corrobora esse resultado. Possivelmente, o regime de tratamento utilizado não foi capaz de promover melhora cognitiva nos animais. O lítio demonstrou efeito ansiolítico agudo, todavia a administração crônica promoveu efeito oposto. Mais estudos são necessários para esclarecer o potencial efeito benéfico do lítio sobre a memória.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FLAVIO FREITAS BARBOSA - UFPB
Presidente - 1439078 - REGINA HELENA DA SILVA
Externo ao Programa - 1720860 - VANESSA DE PAULA SOARES RACHETTI
Notícia cadastrada em: 16/04/2014 14:38
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa06-producao.info.ufrn.br.sigaa06-producao