AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE VITAMINA DE FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
Síndrome dos Ovários Policísticos. Vitamina D. Endocrinopatia.
A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é considerada a endocrinopatia mais comum na fase reprodutiva da mulher, com prevalência de até 26%, além de ser a maior causa de infertilidade entre as mulheres. Em geral, a SOP é a causa mais comum de anovulação e evidências sugerem que a deficiência da vitamina D tem sido associados à fertilidade, adipogênese, resistência insulínica, diabetes e obesidade que podem ser fatores primários no desenvolvimento da SOP. Com isso objetivou-se avaliar a os níveis séricos de vitamina D em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e seus fatores associados. A população do estudo foi composta por 100 mulheres com SOP, com idades entre 18 e 40 anos. Para as variáveis clínicas foi realizado um teste correlação de Pearson, para se avaliar as relações possíveis dos valores séricos da vitamina D com as demais variantes do estudo. Os testes foram considerados estatisticamente significativos em p<0,05. A média de idade das participantes do estudo foi de (26.74 ± 5.52) e IMC de (30.07 ± 5.37 kg/ m2). A maioria das mulheres apresentaram obesidade e sobrepeso (47%) e (39%). Em relação ao escore de Ferriman-Gallwey modificado, a média foi de (11.95 ± 5,96), apresentando uma média de escore alto para hirsutismo e (55%) apresentaram infertilidade. Em relação à hipovitaminose, a frequência foi de 57% (insuficiência 49% e deficiência 8%). Na análise estática, apresentou correlação com os níveis séricos da vitamina D a fertilidade (r=0.209; p= 0.03*), a gordura ginóide (r=-0.225; p= 0.04*) e a uréia (r=-0.206; p= 0.04). Valores adequados de vitamina D pode melhorar a disfunção ovulatória e, assim, a fertilidade em mulheres com a síndrome. Isso pode ser explicado pela constatação de que o VDR foi encontrado em vários tecidos do sistema reprodutor feminino, como ovários, placenta e endométrio, além disso, 1,25 (OH) D leva diretamente a produção de estrogênio e progesterona nos ovários. Os níveis de vitamina D variam com a massa corporal em SOP, muitos estudos relataram associações inversas entre gordura corporal com os níveis séricos de 25OHD. Acredita-se que a alta prevalência de hipovitaminose D em mulheres com SOP está relacionada à obesidade, como a vitamina D é lipossolúvel e na obesidade, uma proporção maior é sequestrada no tecido adiposo, diminuindo assim a biodisponibilidade. Diante dos resultados, pode-se observar que o perfil sócio-demográfico das voluntárias manteve-se similar se compararmos com estudos anteriores da SOP, a maioria das mulheres apresentaram obesidade, principalmente androide, mais da metade das mulheres apresentaram infertilidade e mesmo com o clima ensolarado do nordeste, apresentaram média de hipovitaminose D, o que pode ser um fator de risco para SOP, uma vez que ela faz parte da homeostase da glicose e no modulamento da resposta do receptor de insulina. Observamos uma correlação estatística do status da vitamina D com a fertilidade, gordura ginoide e uréia, em que há espaço para a suplementação de vitamina D para ajudar na melhora nos parâmetros ovulatórios.