UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS OFF-LABEL E NÃO LICENCIADOS EM TERAPIA INTENSIVA NEONATA
Utilização de medicamentos, unidade de terapia intensiva, uso off-label, neonato.
INTRODUÇÃO: Diversos estudos têm mostrado que um número significativo de medicamentos prescritos em pacientes pediátricos são off-label ou não licenciados, mas existe pouca informação sobre o uso destes medicamentos em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN). OBJETIVO: Avaliar o uso de medicamentos off-label e não licenciados utilizados em recém-nascidos (RN) hospitalizados em UTIN. METODOLOGIA: Estudo descritivo observacional, de coorte e prospectivo. Foram incluídos no estudo neonatos admitidos consecutivamente na UTIN da Maternidade Escola Januário Cicco com pelo menos um medicamento prescrito e tempo de internação superior a 24 horas. Foram coletados dados demográficos e clínicos dos neonatos, todo medicamento prescrito durante a internação e a classificação dos medicamentos em off-label e não licenciados para a população neonatal foi realizada de acordo com critérios da Food and Drug Administration (baseados em informações do DrugDex-Micromedex®). RESULTADOS: Foram analisados 17421 itens medicamentosos em 3935 prescrições de 220 neonatos, dos quais 96,4% foram expostos a medicamentos off-label e 66,8% a não licenciados. Mais de 70% dos prematuros e RN com menos de 2000g foram submetidos à farmacoterapia com medicamentos off-label e mais de 50% aos não licenciados. Os anti-infecciosos para uso sistêmico foram o grupo farmacológico mais prescrito de forma off-label,sendo o fentanil (n=1358) e a gentamicina (n= 1197) os medicamentos com maior prevalência de uso off-label para RN. A cafeína (n=1226) foi o medicamento não licenciado mais prescrito, seguido pelos agentes cardiovasculares (n=648) modificados pela enfermagem. CONCLUSÃO: Observou-se uma alta taxa de prescrição e exposição de RN a medicamentos off-label e não licenciados, sendo esse índice inversamente proporcional à idade gestacional e peso de nascimento.