O PAPEL DA PERSUASÃO NA GÊNESE DA PROPRIEDADE PRIVADA
Rousseau, Propriedade, Linguagem, Persuasão, Governo
O presente trabalho busca investigar a condição da língua como elemento de persuasão, ressaltando os aspectos das suas transformações e o seu papel no contexto rousseauniano acerca línguas. Em seu potencial intrínseco, a persuasão se encontra na capacidade linguística de evocar sentimentos e direcionar a atenção dos indivíduos, partindo de elementos primordiais presentes nas primeiras línguas. Ao refletir sobre a expressão “isto é meu”, questiona-se como a afirmação de posse não só se restringe a uma reivindicação material, mas acaba se convertendo em uma imposição retórica que estabelece condições e determina ideias de pertencimento. Diante disso, observa-se uma dupla natureza da linguagem: por um lado, ela surge como uma espontaneidade originária que permiti modificações ao discurso; por outro, adquirir uma referência social que, ao ser institucionalizada, pode ser usada tanto para fortalecer laços coletivos quanto para sustentar a exclusão e a dominação. Desse modo, esse trabalho propõe revelar como os elementos retóricos operam para persuadir e influenciar as práticas sociais e políticas. A dissertação pretende destacar que o progresso e transformação da linguagem acompanha as mudanças históricas e culturais, apontando para uma inter-relação permanente entre a evolução do discurso e a dinâmica dos governos. Ao destacar essa intersecção, pretende-se contribuir para uma compreensão mais crítica acerca do papel da linguagem na estruturação das relações de poder e nas questões tanto da liberdade quanto da opressão em contextos sociais diversos.