Banca de QUALIFICAÇÃO: ITAIARA IZA SIMPLÍCIO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ITAIARA IZA SIMPLÍCIO DA SILVA
DATA : 24/05/2023
HORA: 14:30
LOCAL: https://www.youtube.com/c/PPGFILUFRN
TÍTULO:

LÉLIA GONZALEZ: FILOSOFIA E LUTA ANTI-OPRESSÃO


PALAVRAS-CHAVES:

Capitalismo. Racismo. Desenvolvimento desigual. Massa marginal. Tríplice opressão


PÁGINAS: 47
RESUMO:

Este trabalho pretende analisar a articulação das opressões de classe e gênero, com a opressão racial, a partir dos estudos da filósofa brasileira Lélia Gonzalez, em Primavera para as rosas negras. Gonzalez era crítica de qualquer movimento feminista que tivesse partido de uma proposta de revolução baseada somente na posição antagônica: homem opressor versus mulher oprimida. Segundo a filósofa, não perceber o movimento dialético entre opressores e oprimidos, resulta na omissão da opressão racial, como ocorre com o marxismo ortodoxo ao defender uma exploração abstrata, evitando estabelecer conexões entre a dominação de classe e as relações pessoais de dominação. Além disso, Lélia Gonzalez critica a tentativa de homogeneização do processo de formação social e econômica dos territórios. De acordo com a pensadora, três particularidades na formação socioeconômica brasileira ocasionaram um desenvolvimento desigual e combinado: a dependência neocolonial, a manutenção de formas produtivas anteriores e a formação de uma massa marginal. Diante do debate, pretendemos sustentar que assim como o capital explora de formas diferentes determinados territórios, esse modo de produção também explora de formas diferentes determinados corpos. Questionamos então: negras e negros são excluídos das relações de produção e distribuição, ou a (re)produção da opressão racial, pelo modo de produção capitalista, é uma estratégia de integração desse sistema? Como vamos ver, a superexploração da população negra é um dos principais determinantes para a sua posição subalternizada na estrutura de classe, bem como uma das mercadorias mais exploradas para a acumulação de capital. Todavia, uma das estratégias utilizadas para mascarar a subalternização de determinados corpos no Brasil, principalmente a partir da década de 1930, foi por meio da propagação da imagem de uma “democracia racial” no país, isto é, a concepção de que no território brasileiro existiria harmonia nas relações raciais, devido à miscigenação dos povos. Na verdade, como denuncia Gonzalez, se trata do mito da democracia racial, tendo em vista que a miscigenação é consequência da violentação dos corpos das mulheres negras e indígenas. Em relação a exploração/dominação da mulher negra, Gonzalez percebe o atravessamento em três dimensões: raça, classe e gênero. Essa perspectiva tão ousada para a época, foi publicada em 1988, antes mesmo da formalização do conceito de interseccionalidade pela professora norte-americana Kimberlé Crenshaw em 1989. Por fim, o trabalho ressalta a crítica de Lélia Gonzalez ao liberalismo, com sua falsa propaganda de progresso, responsável pela reestruturação das opressões, dos sujeitos marcados como objetos de desejo e/ou dominação, para retroalimentar a exploração do sistema capitalista e manter os privilégios da classe dominante.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2415197 - FEDERICO SANGUINETTI
Interna - 3290329 - RAQUEL PATRIOTA DA SILVA
Externa à Instituição - DENISE CARVALHO DOS SANTOS RODRIGUES - UNICAMP
Externa à Instituição - MARIA SOCORRO RAMOS MILITÃO - UFU
Notícia cadastrada em: 11/05/2023 12:01
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