Banca de DEFESA: GABRIEL PAULO NEVES DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIEL PAULO NEVES DA SILVA
DATA : 10/09/2020
HORA: 10:00
LOCAL: youtube.com/ppgfilufrn
TÍTULO:

O DESTINO DAS PALAVRAS: IGUALDADE, LITERATURA E POLÍTICA NA OBRA DE JACQUES RANCIÈRE


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras; estética; política; política da literatura; Jacques Rancière.


PÁGINAS: 144
RESUMO:

O objetivo deste trabalho é apresentar e desenvolver a relação entre as palavras, a igualdade, a emancipação, a estética e a política na obra de Jacques Rancière a partir da hipótese de que elas são, para além de signos de comunicação, meios pelos quais se pode reconfigurar uma partilha do sensível. Concebe-se, em geral, que escrever é submeter as palavras a certos conjuntos de regras e de saberes. Concebe-se, ainda, que as palavras encontradas nos livros de literatura ou aquelas encontradas nos rótulos de certas embalagens não portam nenhuma potência pela qual os sujeitos poderiam verificar sua igualdade com outros sujeitos e engendrar sua emancipação. Este trabalho busca, contudo, seguir por outro caminho e demonstrar que a história nos oferece contraexemplos a essas concepções gerais, a saber, que as palavras da literatura e as das embalagens são motores potenciais da emancipação de qualquer um. Por isso, ele será divido em quatro momentos. Em primeiro lugar, mostrará a aventura intelectual de Joseph Jacotot, pedagogo francês, reevocado por Rancière na década de 1980 para sustentar sua tese da igualdade das inteligências. Essa, todavia, só é possível na medida em que é mediada pela experiência de uma distância possibilitada por um livro e suas palavras. O segundo momento do trabalho tratará do que Rancière chama de democracia literária e de que modo, indiretamente, a experiência de Jacotot é indicativo dessa democracia. As palavras voam sem controle e podem ser ditas e escritas, inclusive, por aqueles que não têm o direito de usá-las. A palavra é democrática porque pode ser dita fora de lugar. Se se pode falar de democracia literária, é graças ao modo de ser que as palavras adquirem na modernidade. É sob o modo da palavra muda que não apenas a literatura, mas as ciências ditas sociais em sua esteira, se instituíram como tais. E é acerca dessa instituição que o terceiro capítulo falará. Rancière faz uma reconstrução das origens do método da ciência historiadora remontando ao modo de escrita da literatura. Esta, por sua vez, se escreve não apenas a partir da flutuação das palavras sem controle, mas também a partir da reconfiguração do sensível que engendram. Não por acaso, escrever é uma atividade política para Rancière. Sobre isso, enfim, tratará o quarto capítulo deste trabalho, partindo da distinção aristotélica entre os que detêm a palavra (logos) e os que detêm apenas a voz (phoné). Rancière contesta essa divisão afirmando que a política só é possível pela ruptura dessa partilha sensível que estabelece, de um lado, os falantes e, de outro, os que não podem falar. No fundo, a política só é possível na medida em que há uma redefinição das palavras por aqueles que, antes, estavam proibidos de usá-las. Mas, também, a política só é possível na medida em que joga com os limites dessas proibições, fazendo falar aos que não falavam ou tornando visíveis os que não eram vistos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDRÉ FABIANO VOIGT - UFU
Presidente - 1718581 - EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
Externo à Instituição - PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS - UFRRJ
Notícia cadastrada em: 31/08/2020 17:50
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