Banca de QUALIFICAÇÃO: MARCELO HENRIQUE PEREIRA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARCELO HENRIQUE PEREIRA COSTA
DATA : 11/11/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório A - CCHLA
TÍTULO:

CORPO, PRAZER E ESTILO: A ÉTICA HEDONISTA DE MICHEL ONFRAY


PALAVRAS-CHAVES:

Corpo; Ética; Hápax existencial; Hedonismo; Individualismo.


PÁGINAS: 223
RESUMO:

O prazer é o principal motor do comportamento humano, uma força da natureza que impulsiona a vida à sua máxima afirmação. Por isso também ele é o maior problema ético e moral para toda uma tradição do pensamento, de Demócrito a neurocientistas contemporâneos. Michel Onfray, pensador libertário dos mais interessantes no cenário intelectual francês atual, afirma não existir ética fora do hedonismo, razão pela qual sua obra se organiza junto à longa linhagem da tradição filosófica hedonista, tradição esta que ele vem promovendo um dos maiores resgates históricos e teóricos. Para Onfray, o homem é um ser habitado originalmente por paixões e forças vitais brutas que precisam ser lapidadas por um projeto filosófico e ético. O filósofo hedonista é aquele que elege o prazer como esse guia existencial. O presente estudo aborda essa ética jubilosa a partir de duas obras fundamentais da bibliografia onfrayriana: A arte de prazer: por um materialismo hedonista (1991); e A escultura de si: a moral estética (1993). Tomando estes textos como horizonte teórico, o trabalho organiza-se em três partes que seguem basicamente os principais pontos nos quais se estrutura o pensamento de Michel Onfray. Assim, a primeira parte aborda a questão do corpo, essa máquina hiperestésica da qual toda filosofia é a expressão. Hápax existencial, conceito que norteia este capítulo, foi desenvolvido por Onfray para dar conta da relação corpo/pensamento. Se o hedonismo tem sua ontologia na física leucipiana, seus desenvolvimentos éticos fundadores são devidos às filosofias de Aristipo e de Epicuro. Nosso segundo capítulo propõe uma apresentação comentada da interpretação que Onfray oferece destes representantes maiores do hedonismo na Antiguidade grega. Nos detemos aqui particularmente na teorização dessa filosofia buscando responder às seguintes questões: qual a natureza própria do prazer? Por que o prazer é um problema moral? Quais são suas implicações éticas? O prazer é condição necessária para a felicidade? Hedonismo e eudemonismo são noções distintas ou inter-relacionadas? Prazer e estilo intitula a terceira parte. De fato, para Onfray o hedonismo ético é sinônimo de estética da existência. Assim, na esteira de Nietzsche ele versa primeiramente sobre um individualismo que não é um egoísmo; um relativismo ético contrário a toda moral castradora; a construção de um eu possível a partir da matéria bruta e caótica de que somos feitos a priori; um hedonismo autêntico radicalmente antitético ao hedonismo vulgar cultivado pelo capitalismo. Em seguida, propõe uma teoria do gozo estético no qual celebra o corpo e seus cinco sentidos, decerto, mas que dá especial atenção ao olfato, ao paladar e ao tato, pois estes são, segundo a tradição idealista a que Onfray se contrapõe, “sentidos ignóbeis” desprovidos de status intelectual. Ao fim concluímos que o propósito da obra onfrayriana é o de promover uma rematerialização da vida como forma de combate ao niilismo contemporâneo, algo só possível se nos reconciliarmos com o corpo e sua potência hedônica. Daí sua concepção de que a filosofia é uma arte de viver, e não simples teoria. Nesse projeto ético que celebra a amizade como virtude maior, o hedonista almeja, como Montaigne, “saber desfrutar lealmente do próprio ser”.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE - UERN
Externo à Instituição - MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN - UERN
Presidente - 1149565 - MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
Notícia cadastrada em: 24/10/2019 10:13
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