Banca de QUALIFICAÇÃO: DIEGO WENDELL DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DIEGO WENDELL DA SILVA
DATA: 06/11/2014
HORA: 10:00
LOCAL: SETOR II - SALA C1
TÍTULO:

O CRISTIANISMO E A CRÍTICA À MODERNIDADE NA OBRA O ANTICRISTO DE NIETZSCHE


PALAVRAS-CHAVES:

Nietzsche; Cristianismo; Anticristo; Modernidade; Decadência.


PÁGINAS: 32
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Metafísica
RESUMO:

O presente estudo parte do esclarecimento da análise psicofisiológica do cristianismo empreendida por Nietzsche, analisando a sua relação com a instância do corpo, enquanto espaço dinâmico de processos agonísticos entre forças, e evidenciando a crítica à consciência, ao estatuto do ‘Eu’, produto dos processos corporais, permitindo compreender, por fim, o que Nietzsche denomina processo de décadence.
Trata-se de analisar de que modo o ideário cristão deprecia e nega a vida em vista a um mundo além, o mundo verdadeiro, sendo sintoma de decrepitude e fragilidade vital, elementos caracterizadores da décadence. O ideário cristão funciona como ponto de fuga para aonde seus sectários projetam suas ambições e quereres, martirizando o que é corpóreo, instintivo e carnal, ambicionando chegar, desta feita, ao reino prometido escrito nos livros sagrados das religiões judaico-cristãs. Por esta via, é examinada, no segundo capítulo, a genealogia do cristianismo na obra O Anticristo de Nietzsche, tendo em vista reconstruir os pontos que permitiram o emergir do ideário cristão no seio da cultura hebraica. Trata-se de responder as seguintes questões: quais seriam os fatores que permitiram o ideário cristão brotar e se nutrir no solo do povo judeu? Quais são suas origens judaicas? A diferenciação entre o tipo psicológico do Redentor, personificado em Jesus, em contraposição as ideias do cristianismo histórico (paulino), restitui o real sentido do que é ser cristão (Christ-sein). Sentido que foi deturpado pelo apóstolo Paulo, que o usou como ferramenta para negar a vida, em prol de um mundo além. Podemos entender todos estes processos valorativos frente à existência como processos fisiológicos que expressam uma dinâmica entre as forças que compõem os corpos, tanto os corpos dos indivíduos, quanto corpos culturais, sendo também expressões de organizações entre as múltiplas forças que compõe a totalidade, que se mantém sempre aberta para possíveis reconfigurações das forças que a constitui. As interações entre os corpos se dão tanto nos âmbitos de indivíduo/indivíduo, individuo/cultura, cultura/cultura. Por fim, no terceiro e último capítulo, investigamos a modernidade e suas raízes no cristianismo, buscando elucidar em que medida o discurso moderno, embora tente superar o ideário cristão, mantém-se ainda vinculado ao seu âmbito metafísico. Nas veias das ideias modernas corre sangue cristão. O cristianismo faz-se sentir até em posturas que não apresentam aparente dogmatismo, como o idealismo e sua pretensão de falar do mundo partindo do exterior, duplicando o mundo. Para Nietzsche, a civilização é o desdobrar natural do ideário cristão, enquanto conjunto de ideias civilizatórias, um lento prostrar-se e quebramento dos instintos. Mesmo as ideias que parecem confrontar diretamente a religião cristã deslegitimando-a, como as ideias de democracia, ciência e progresso são derivadas do ideário cristão, são sintomas do processo de décadence. Nesta derradeira parte será esboçado detalhadamente o diagnóstico nietzschiano destas ideias modernas, seus vínculos com o cristianismo e o processo de décadence, partindo do livro O Anticristo e outras obras tardias de Nietzsche.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1614587 - RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
Interno - 1493057 - DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
Interno - 2194476 - FERNANDA MACHADO DE BULHOES
Notícia cadastrada em: 10/10/2014 18:03
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