ENCRUZILHADAS NEGRAS: HISTÓRIAS DE VIDA DE TRÊS PROFESSORAS DO CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Professoras negras. Trajetórias de vida. Relações étnico-raciais. Racismo estrutural.
Esta tese tem por objetivo analisar a trajetória de vida de três professoras negras do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a saber: Andréia Quintanilha, Luciane Terra Garcia e Marisa Narcizo Sampaio. Defendo a tese de que o racismo estrutural à brasileira reproduziu uma dinâmica de violências diretas, indiretas e simbólicas sobre a trajetória de vida de mulheres negras, independentemente do nível de escolarização e classe social a que pertençam. Essas violências foram e são assimiladas por elas de maneira consciente ou inconsciente. Tal compreensão se deu por meio da prerrogativa da Educação, no contexto brasileiro, basilarmente ser constituída por uma história vinculada ao pensamento colonial romantizado e eurocentrado. A pesquisa insere-se no campo da História Cultural e das Sensibilidades fundamentada por Sandra Pesavento (2007). Tomaram importância para as reflexões assentadas os conceitos e autores/as: racismo, postulados por Silvio Almeida (2019); Martiniano Silva (2009); imagens de controle, termo cunhado por Patricia Hill Collins (2019; 2021) e Winnie Bueno (2020). Foram caras também a esse estudo as compreensões acerca da interseccionalidade, postulados por Carla Akotirene (2019) entre outros autores e autoras. Para produção, coleta de dados e tratamento de fontes históricas, recorri a História Oral junto à seus procedimentos técnicos e metodológicos pensados por autores como Portelli (2016), Meihy e Seawright (2020). Ao final da pesquisa foi possível compreender como o racismo se manifestou e se apresenta nos cotidianos das trajetórias de vida das interlocutoras da pesquisa, atravessando suas formações identitárias e suas artes da existência.