A FILOSOFIA NO ENSINO INTEGRADO: A Percepção dos Professores Sobre o Ensino de Filosofia e as Possibilidades de Emancipação
Ensino de Filosofia; Ensino integrado; Prática educativa; Emancipação.
Este trabalho de tese tem como objeto de pesquisa o ensino de Filosofia no ensino técnico integrado ao médio no Instituto Federal de Educação do Estado do Piauí - IFPI. Como recorte deste estudo limitou-se analisar a legislação que norteia a Filosofia enquanto componente curricular no período de 2004-2020 e verificar a percepção do(a)s professore(a)s de Filosofia dessa instituição sobre a prática educativa neste ensino. Partimos do seguinte questionamento: quais as implicâncias da nova Base Nacional Comum Curricular - BNCC para o ensino de Filosofia no ensino integrado, e quais os desafios da prática educativa do(a)s professore(a)s de Filosofia para a formação de sujeito críticos, reflexivos e emancipados? Essa problematização motivou consequentemente o objetivo geral: investigar o ensino de Filosofia no ensino técnico integrado ao médio no IFPI, na perspectiva legal no período de 2004-2020, e da prática educativa dos professores de Filosofia diante do contexto e desafios da racionalidade instrumental com vistas a uma educação para emancipação. Nossa tese se constitui como um diagnóstico crítico-reflexivo, que procura constatar que os processos de ensino-aprendizagem no ensino integrado se dão de forma autônoma, crítica e reflexiva; da mesma forma que busca constatar, ainda, ações e atitudes que impedem as condições de criticidade e autonomia, elementos que divergem para a direção do desenvolvimento de sujeitos socialmente emancipados. Metodologicamente, para o desenvolvimento deste estudo escolhemos a abordagem qualitativa, como fundamento epistemológico a Teoria Crítica. Para o desenvolvimento foi realizado um estudo bibliográfico, pesquisa documental e investigação empírica. Para basear esse trabalho, utilizamos o seguinte aporte teórico: Adorno & Horkheimer (1985); Saviani (2007); Ciavatta (2019); Frigotto (2005); Kuenzer (1989); Cunha (2005); Ramos (2005); Bardin (2016); Magalhães (2004); Cartolano (1985); Freire (1996); Cerletti (2009) dentre outros. A pesquisa empírica ocorreu com seis (06) professores de Filosofia no ensino técnico integrado. Utilizamos as entrevistas narrativas e memoriais de formação para produção dos dados analisados por meio da análise de conteúdo. Constatou-se que o ensino de Filosofia caminha em caminhos tortuosos e incertos, pois sua presença no currículo não é constante no Brasil. Com a nova Base Nacional Comum Curricular houve uma diminuição da carga horária dessa disciplina nos cursos integrados. Os professores relataram que são desafiados no seu fazer docente todos os dias, devido, em grande medida às particularidades do ensino integrado, pois há uma valorização das disciplinas técnicas em detrimento das propedêuticas, incluindo a filosofia. Relataram que o exercício do filosofar, na sua forma mais substancial de pensar autêntico é uma das tarefas do ensino da Filosofia, e de como esse contribui para se forjar uma formação humana, de consciência crítica para o pleno exercício da cidadania em uma sociedade democrática, ou seja, para a formação de sujeitos emancipados.