Banca de DEFESA: ESTHEPHANIA OLIVEIRA MAIA BATALHA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ESTHEPHANIA OLIVEIRA MAIA BATALHA
DATA : 04/07/2019
HORA: 15:00
LOCAL: Auditório 02 do PPGEd - NEPSA II
TÍTULO:

A CRIATIVIDADE DAS CRIANÇAS A PARTIR DA CULTURA DA MÍDIA NO CONTEXTO DE UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE NATAL/RN


PALAVRAS-CHAVES:

Mídia, criança e criatividade.


PÁGINAS: 148
RESUMO:

O ponto de partida desta dissertação é o pressuposto de que novos entendimentos sobre a infância estão se configurando, considerando-se que as experiências das crianças têm sido fortemente marcadas pela presença das mídias em suas vidas, conforme nos apontam Buckingham (2007; 2010), Steinberg e Kincheloe (2001), Linn (2006), Giroux (1995); Fantin (2006; 2008), Fischer (2002), e Momo (2007; 2010). Considerando que a mídia tem ofertado, por meio, principalmente, dos seus produtos culturais, elementos materiais e simbólicos para elaboração de vivências, expressão de sentimentos, produção de subjetividades e dos processos criativos das crianças, esta pesquisa teve como objetivo evidenciar a criatividade das crianças a partir da cultura da mídia no contexto de uma instituição de Educação Infantil de Natal/RN. A investigação ocorreu durante os anos de 2017 e 2018 em uma turma composta por vinte e duas crianças na faixa-etária entre 4 e 5 anos de idade do Núcleo de Educação da Infância, Colégio de Aplicação vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI-CAp/UFRN. Como estratégias metodológicas, me inspirei em elementos da pesquisa etnográfica (VELHO e KUSCHNIR, 2003; VELHO 2014), que envolveu o desafio de estranhar o familiar e perceber as sutilezas que marcaram as relações no contexto escolar, já que eu era, ao mesmo tempo, professora e pesquisadora desse grupo de crianças. Por meio de registros imagéticos e escritos em diário de campo, captei e registrei momentos do cotidiano escolar que tinham relação com a mídia e os processos criativos das crianças. Considerei também, para o suporte teórico-metodológico, estudos mais recentes do aporte teórico dos Estudos Culturais em Educação, tais como Hall (1997; 2006), Kellner (2011), Buckingham (2010; 2012), buscando entender as correções entre as crianças e as mídias, e da Sociologia da Infância como os de Sarmento (2003, 2004, 2005) e Corsaro (2009; 2011), de modo a compreender as crianças como protagonistas ativas no processo de apropriação e ressignificação da cultura midiática. Já visando entender os processos criativos das crianças a partir da perspectiva histórico-cultural, considerei os estudos de Martinéz (1997), (2001), (2004), (2009a), (2010). A análise incidiu sobre as imagens, discursos e ações das crianças que tinham relação com elementos da cultura midiática, como artefatos e determinados significados a eles vinculados, e a utilização dessa cultura para a elaboração de processos criativos. A partir das análises foi possível elencar situações criativas envolvendo as crianças e organizá-las em dois eixos. No primeiro deles, intitulado Entre super-heróis e princesas: criando a partir dos elementos fornecidos pela cultura midiática, evidenciou-se momentos criativos em que as crianças combinaram e reconstruíram elementos da cultura da mídia para criar novas palavras, jogos e brincadeiras a partir de significados vinculados ao universo dos super-heróis e das princesas. No segundo deles, intitulado Criatividade para si: criando para satisfazer necessidades, trago situações que - em conexão com o individualismo do mundo líquido-moderno - evidenciam que as crianças buscaram, por meio de estratégias criativas, a satisfação de necessidades individuais. Desse modo, foi possível perceber que a criatividade das crianças se expressou em pequenas ações e estratégias a partir dos recursos materiais, emocionais e simbólicos que lhes eram disponíveis naquele momento. Pode-se, ainda, dizer que, embora as crianças tenham utilizado estratégias criativas para atuar, constituir relações, expressar sentimentos e partilhar significados nos espaços e tempos da escola, tais elaborações criativas, em muitos momentos, mantêm determinados estereótipos, identidades e valores disseminados pela cultura midiática. Por fim, mesmo entendendo que as crianças são atores sociais e protagonistas dos seus processos de socialização, é importante problematizar acerca da infinidade de produtos culturais e materiais simbólicos que a mídia coloca à disposição na atualidade e que se constituem como elementos que inspiram e mediam relações. Desse modo, ressalto a necessidade da mediação da família e da escola, fornecendo outros referenciais simbólicos, emocionais e materiais para as crianças elaborarem seus processos criativos, talvez com outras finalidades mais afinadas a uma sociedade solidária e menos individualista.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MICHELLE DE FREITAS BISSOLI - UFAM
Externo à Instituição - CRISTINA MASSOT MADEIRA COELHO - UnB
Interna - 6347805 - DENISE MARIA DE CARVALHO LOPES
Externa ao Programa - 2453560 - MARIA CRISTINA LEANDRO DE PAIVA
Presidente - 1672888 - MARIANGELA MOMO
Notícia cadastrada em: 26/06/2019 10:36
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