TERESA VERGANI: NOMADISMO, INSUBORDINAÇÃO, COMPLEXIDADE
Teresa Vergani. Itinerário Formativo. Nomadismo. Complexidade.
A tese oferece reflexões sobre a dialogia vida e conhecimento a partir da obra elaborada pela matemática, artista plástica e escritora portuguesa Teresa Vergani. O percurso intelectual, a produção acadêmica e artística da pensadora reiteram a afirmação de Edgar Morin acerca da indissociabilidade entre vida e ideias. De natureza transdisciplinar, a obra de Teresa Vergani religa emoção e razão, particular e universal, natureza e cultura, ciência e tradição, história e mitologias. Trata-se de uma obra aberta aos diferentes domínios do saber. O objetivo da tese é compartilhar um itinerário formativo nômade e reafirmador da religação entre Ciência, Arte, Espiritualidade e Educação. Em Vergani coabitam o inacabamento, a incerteza, a ambivalência o paradoxo. Sua aproximação com a matriz das ciências da complexidade se deve ao fato de que, já na década de 1980, era leitora de autores como Henri Atlan, Edgar Morin, Claude Lévi-Strauss, Ilya Prigogine, entre outros. As categorias de insubordinação e nomadismo se apresentam neste trabalho como operadores do pensamento capazes de iluminar as reflexões tecidas pela autora no que diz respeito ao seu modo de compreender o sujeito, a educação, a diversidade cultural, o mundo. Essas características subjazem às ideias e ações da autora e lhes permitem transgredir o estabelecido pelo paradigma da fragmentação, da certeza, da razão patológica. A tessitura das ideias apresentadas foi realizada com base no pensamento de autores como Edgar Morin, Maria da Conceição de Almeida, Norval Baitello Jr., Mia Couto, entre outros. A tese tem como referência maior os livros de Teresa Vergani; estabelece canais de comunicação com pensadores inscritos nas ciências da complexidade; expõe um caleidoscópio das experiências culturais as quais Vergani teve acesso ao longo de suas pesquisas; registra testemunhos de pesquisadores e amigos, construídos sob o signo da amizade e da admiração. Por fim, discute de forma ampliada os preceitos de uma educação de base complexa e transdisciplinar, movida pela ética e pela pulsão estética, pela atenção às estruturas diversas e universais das culturas e pelo respeito à resistência dos saberes plurais.