Banca de DEFESA: ACÁCIA BARROS FERNANDES DUTRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ACÁCIA BARROS FERNANDES DUTRA
DATA : 16/02/2018
HORA: 14:30
LOCAL: Sala Multimeios I
TÍTULO:

O MÉTODO CUBANO DE ALFABETIZAÇÃO NO ASSENTAMENTO SÃO SEBASTIÃO I: PRÁTICA EDUCATIVA É MOVIMENTO


PALAVRAS-CHAVES:

EJA. Método Cubano Sim, Eu Posso. Prática Educativa. Movimento


PÁGINAS: 127
RESUMO:

A pesquisa ora apresentada reúne esforços para investigar um curso em EJA ocorrido no assentamento São Sebastião I, Cerará-Mirim/RN, no ano de 2008, sendo utilizado o método de alfabetização cubano como norte. Propõe-se a buscar, nas narrativas rememoradas pelos sujeitos envolvidos, em especial os educandos e a educadora da turma, os principais elementos que deram movimento a esta prática educativa. Por prática educativa entendemos as contribuições de Netto (2002) e Brandão (1981) que, embora não confundam este conceito a escolarização, esclarecem que toda escolarização encontra-se imersa enquanto uma prática educativa e consequentemente social. Para realização desta pesquisa foram feitas entrevistas em que os sujeitos eram conduzidos a relatarem narrativas de rememorações da época do curso. Sobre o conceito de rememoração, utilizamos as contribuições de Halbwachs (1990) e o seu entendimento sobre a memória coletiva. Em função de o referido curso ter sido ofertado em um assentamento da reforma agrária, achamos por bem trazermos, embora que brevemente, o debate em torno da relação entre a educação do campo e os movimentos sociais, aproximando assim o leitor para uma possível relação da educação do campo e da perspectiva da educação popular, expressa na atualidade nas vozes de intelectuais da área, como Caldart (2002), (2008) e Wanderley (2010), que apontam princialmente as contribuições de Paulo Freire para a área. Cuidamos também em falar do PRONERA, enquanto uma política pública de construção coletiva, envolvendo movimentos sociais populares do campo, governo e outros movimentos e sujeitos da sociedade, tudo isso na tentativa de entender quais os elementos que fundamentam as práticas educativas no campo. Em seguida, propusemo-nos a voltar nossos olhares para o método de alfabetização cubano Sim, Eu Posso; como o mesmo nasceu, com qual propósito foi criado, como chega ao Brasil, quais as instituições e sujeitos envolvidos com o mesmo e as principais polêmicas que o contornam. Por úlltimo procuramos fazer as possíveis relações entre as temáticas trabalhadas e a execução do Método Cubano no Assentamento São sebastião I. Para isso partimos da observação das falas significativas dos sujeitos envolvidos com as aulas na época de sua execução. Neste sentido, as narrativas destes fizeram-nos perceber que se intercalavam suas trajetórias de vida e escolarização enquanto atreladas à condição da luta pela terra ou aos aspectos ligados a esta condição. A falta de terra permitiu a esses sujeitos compartilharem de perfis semelhantes, geralmemente ligados à fome, à inserção precoce no mercado de trabalho, ao ingresso tardio na escola; tais condicionantes são exemplos, dentro de um leque de situações inpiedosas, que foram catalisadores da falta de acesso por parte desses sujeitos a alfabetizarem-se na idade certa. Todo este cenário levou-nos a encontrar três elementos que se mostraram como balizadores do curso em EJA ora investigado. São esses: a negatividade, presente na trajetória dos sujeitos pesquisados e abordada a partir dos estudos de Gouvea da Silva (2004) como possibilidade, em nosso intendimento, de metamorfosear-se em expressões de denúncia e resistência justificadas pela luta; a identidade coletiva, entendida a partir das contribuições de Castells (2008) e Halbwachs (1990) como fator decisório de resistência e associação de sujeitos que compartilham de histórias e aspirações semelhantes, comumente fortalecida através de uma memória coletiva; e, por último, mas não por motivos de hierarquia, a participação, elemento discutido por Bordenave (1983) e Freire (1978), (2001), (2006) como necessário para a implementação de espaços de democratização. Paiva (2003), ao estudar a participação em assentamentos da reforma agrária, observa que as dinâmicas vivenciadas e a rotina de assentado (a) requisita desses sujeitos fazerem uso deste elemento.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - HOSTINA MARIA FERREIRA DO NASCIMENTO - UERN
Externo ao Programa - 1164161 - IRENE ALVES DE PAIVA
Externo à Instituição - JOSE MATEUS DO NASCIMENTO - IFRN
Presidente - 346478 - MARTA MARIA CASTANHO ALMEIDA PERNAMBUCO
Externo ao Programa - 2319774 - VANIA APARECIDA COSTA
Notícia cadastrada em: 06/02/2018 15:58
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