Banca de DEFESA: JÉSSICA JACIANA SILVA DANTAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JÉSSICA JACIANA SILVA DANTAS
DATA : 22/07/2016
HORA: 09:30
LOCAL: NEPSA II - Auditório I
TÍTULO:

Identidades Infantis de Gênero na Publicidade: o que ensinam as propagandas da TV?


PALAVRAS-CHAVES:

Criança. Infância. Pedagogias Culturais. Propaganda. Identidade. Gênero.


PÁGINAS: 157
RESUMO:

Vivemos hoje sob configurações culturais de uma sociedade marcada pela tecnologia, pela mídia e pelo consumo. Tais configurações – possibilitadas principalmente por essa combinação entre mídia e consumo – fazem emergir sujeitos coerentes com as novas condições socioculturais e, portanto, surgem novas formas de ser criança e viver a infância, já que a(s) infância(s) é(são) uma construção social e as crianças são sujeitos culturais, sociais e históricos. Assim, ao nascerem e crescerem nos dias atuais, as crianças, pelo menos a grande maioria delas, já ingressam no mundo contemporâneo cercadas por uma gama de investimentos mercadológicos e pela produção de uma infinidade de artefatos culturais da mídia destinados ao público infantil-lucrativo. Entre eles, as propagandas televisivas que interpelam ao consumo e terminam atuando como pedagogias culturais, operando como mecanismos de representação, subjetivando e con/formando identidades infantis de gênero. Nessa esteira de pensamento, esta dissertação teve como objeto de estudo as representações de identidades infantis de gênero nas propagandas da TV aberta brasileira e suas possíveis implicações para a produção de determinados sentidos de gênero na vida das crianças de um Centro Municipal de Educação Infantil em Natal–RN. Com o estudo empreendido, objetivou-se evidenciar, analisar e problematizar como os discursos e representações de masculinidade e feminilidade veiculadas nessas propagandas operam para a produção de identidades infantis de gênero no contexto de um Centro Municipal de Educação Infantil em Natal/RN. As análises incidiram sobre um conjunto de oito propagandas – exibidas na TV aberta e inventariadas à época da pesquisa empírica, no período de março a junho de 2015 – e sobre os entendimentos das crianças no que diz respeito aos modos de ser menino e menina nelas representadas, reverberados nos seus discursos e nas suas práticas, observadas e registradas durante a pesquisa no contexto escolar de um Centro Municipal de Educação Infantil na cidade de Natal/RN. Para tanto, foram tomados como referenciais teórico-metodológicos as lentes dos Estudos Culturais em Educação, em sua vertente Pós-Estruturalista, assim como algumas aproximações dos Estudos de Gênero de mesma vertente – em especial aqueles em que se articulavam questões de gênero, mídia, consumo e educação – assim como ferramentas conceituais cunhadas por Michel Foucault e a inspiração na análise do discurso foucaultiana. Além disso, lançou-se mão de uma bricolagem de estratégias metodológicas provenientes da articulação entre abordagens de inspiração etnográfica, fazendo uso das ferramentas de observação, registro em diário de campo, fotografias e videogravações no cotidiano das crianças; de grupo focal, orientando as leituras das propagandas junto a elas e da análise do discurso de inspiração foucaultiana para compreender os atravessamentos dos discursos de gêneros nas propagandas e nas falas e comportamentos das crianças e dos envolvidos com a sua educação (equipe gestora, docentes e responsáveis). Das análises empreendidas, os resultados apontam, entre outros achados, para a compreensão de que, acionando a ideia de consumo para a felicidade, o mercado publicitário televisivo brasileiro veicula representações veementemente diferentes e, portanto, normarregulamentações estereotipadas acerca dos lugares a serem des/ocupados e dos papeis e funções a serem exercidos por homens/meninos e mulheres/meninas em detrimento do seu sexo, de maneira hierarquizada. Tais representações também instituem e operam na construção dos entendimentos das crianças acerca de práticas de embelezamento do corpo e da alma, forjadas por técnicas de si que também reforçam estereotipias e pautam a dissolução de fronteiras entre gerações, formatando uma infância feminina cada vez mais adulta e erotizada. Evidenciaram-se, ainda, a partir das análises, como a infância no nordeste tem tido os seus desejos de consumo colonizados pelas propagandas, privilegiando representações bem específicas das regiões sudeste e sul que fazem circular no Brasil não somente representações unívocas e predestinadas de gênero, mas também representam e con/formam modos de ser menino e menina bastante específicos dessas regiões do país, sobrepostas à outras, situando as crianças nordestinas em um processo o qual chamou-se aqui de sudestinação publicitária da infância no nordeste. Isso tudo, é claro, permeado por jogos de relações de poder e interesses mercadológicos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1672888 - MARIANGELA MOMO
Interno - 6347805 - DENISE MARIA DE CARVALHO LOPES
Interno - 1755707 - KARYNE DIAS COUTINHO
Externo à Instituição - ADELAIDE ALVES DIAS - UFPB
Externo à Instituição - ILANE FERREIRA CAVALCANTE - IFRN
Notícia cadastrada em: 19/07/2016 10:01
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