Mia Couto: para uma pedagogia da doce ira
Educação. Complexidade. Diversidade Cultural. Mia
Couto.
A dissertação expõe e problematiza as ideias importantes presentes na
obra do moçambicano Mia Couto, com vistas a sugerir princípios
pedagógicos do que chamamos de uma Pedagogia da Doce Ira.
Apresenta uma proposta de base política e ética que tem como
objetivo sensibilizar educadores brasileiros e latino-americanos para a
construção de uma educação complexa de base transdisciplinar e
potencializadora de criatividade. Promove uma discussão capaz de
despertar nos sujeitos o desejo de romper de forma inteligível, simples,
afetuosa e sedutora, com um mundo maestrado pela monocultura da
mente (Vandana Shiva), responsável por impor valores que privilegiam o
individualismo e a competição. Diante da magnitude da obra de Mia
Couto, selecionei dois livros de natureza política e ensaística que
serviram de matrizes para a dissertação. São eles: Pensatempos. Textos
de opinião (2005) e E se Obama fosse africano? E outras interinvenções
(2009). Além disso, utilizo entrevistas concedidas pelo autor em revistas,
jornais e meio eletrônico. Os livros de romances, contos, poesias,
crônicas e ensaios foram agrupados e organizados em quadros para
permitir ao leitor uma visão geral da obra. De natureza bibliográfica, o
trabalho tem como interlocutores pensadores como Edgar Morin, Maria
da Conceição de Almeida, Jean-Jacques Rousseau, Teresa Vergani,
entre outros. A dissertação se situa na interface da tríade literatura,
política e educação.