Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA CLARA DE MENESES LOURENÇO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA CLARA DE MENESES LOURENÇO
DATA : 30/01/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do LGGP-I
TÍTULO:

Armazenamento de CO2 em bacias terrestres do NE brasileiro: identificação de área potencial, construção do modelo geológico e avaliação de interações rocha-fluido

 


PALAVRAS-CHAVES:

Armazenamento geológico de carbono; Bacia do Parnaíba; Avaliação geológica de multi-escala.

 


PÁGINAS: 68
RESUMO:

Com as mudanças climáticas, a redução de gases do efeito estufa na atmosfera trata-se hoje de uma emergente meta global. Uma das formas mais eficazes para isso consiste na captura e armazenamento geológico de carbono, em que quantidades na ordem de mega a gigatoneladas de gás podem ser armazenadas. Um dos principais desafios dessas operações na compreensão das interações entre as rochas, o CO2 e demais fluidos, e suas implicações para estimativas de capacidades e segurança do armazenamento. O presente trabalho apresenta resultados iniciais relacionados à identificação e avaliação geológica para o armazenamento de carbono em um sítio inserido nas bacias sedimentares terrestres do Nordeste brasileiro. A seleção do sítio envolveu as etapas de análise regional, de triagem de áreas, até a se chegar de fato a seleção do sítio de interesse, sendo fundamental nesse processo a disponibilização de dados geológicos prévios. A área de estudo escolhida compreende a área do dado sísmico 3D do Capinzal do Norte, na Bacia do Parnaíba, considerando a Formação Poti como reservatório e os diabásios da Formação Sardinha como rocha selante. Neste estágio de trabalho, foram analisados aspectos de subsuperfície a partir de três poços inseridos na área do volume sísmico, além da interpretação sismoestrutural e sismoestratigráfica preliminar desse volume. A análise de poços indicou a presença de três intervalos importantes de diabásio, mostrando que em um dos poços, a Formação Poti encontra-se intrudida pelo nível de diabásio superior, indicando uma configuração de interesse para o armazenamento de carbono. Pela análise de poços, a Formação Poti exibe intercalações entre de arenitos e pelitos, com variação lateral de fácies. A interpretação sísmica indicou quatro falhas principais, de direção aproximadamente N-S a NW-SE, interpretadas como transcorrentes. A partir de refletores importantes, foram rastreados 4 horizontes, que pela amarração sísmica-poço estima-se que o horizonte mais raso esteja relacionado a uma superfície da Sequência Eocarbonófera-Eotriássica, e os outros três horizontes à diferentes níveis de soleiras de diabásio. O nível da soleira superior foi mapeado como o mais estruturado, exibindo estruturas arqueadas, que configura o caso do sítio de interesse, e em rampa. Em alguns casos, essas geometrias estão associadas a falhas. Em paralelo à análise de subsuperfície, para subsidiar avaliações a partir de ensaios de laboratório, foram adquiridas amostras de um afloramento de arenito da Formação Poti e de três afloramentos de diabásio da Formação Sardinha. As amostras foram caracterizadas quanto à sua petrografia e petrofísica, amostras essas a serem utilizadas em futuros ensaios experimentais de armazenamento de carbono. No futuro, essas amostras serão novamente caracterizadas para avaliação das alterações de suas propriedades e identificação de mecanismos de interação rocha-fluido. O arenito de afloramento da Formação Poti exibe fácies de planície de maré, sendo descrito um arenito arcósio lítico, com predomínio de K-feldspatos, quartzo e fragmentos de rochas, com conteúdo importante de argilominerais. As amostras analisadas apresentaram porosidade efetiva média de 25% e permeabilidade variando entre 20 e 100 mD, configurando um comportamento permoporoso satisfatório para representação de reservatórios. No caso das Formação Sardinha, há uma variação composicional e textural entre as amostras dos três afloramentos, mas consistem em diabásios no geral constituídos por plagioclásio do tipo labradorita, clinopiroxênio do tipo augita e minerais opacos. As amostras de diabásio apresentaram porosidade efetiva inferior a 0,01% e permeabilidade inferior a 0,001 mD, assim representando boas propriedades permoporosas de uma rocha selante. Foram também levantadas propriedades elásticas das amostras de afloramento, em que o arenito da Formação Poti apresentou velocidade da onda P (Vp) de cerca de 2700 m/s e velocidade da onda S (Vs) de 1650 m/s. No caso dos diabásios, os valores de Vp variaram aproximadamente de 5400 a 6000 m/s e os valores de Vs de 2400 a 3100 m/s. Apesar de ainda estarem a ocorrer, tem-se que os ensaios experimentais de armazenamento serão realizados no equipamento CO2 Storage 700, que simulará as condições de pressão e temperatura de subsuperfície, considerando cenários de aquíferos salinos. Planeja-se realizar ensaios de estocagem de CO2 nos períodos de 1, 2, 4 e 8 semanas. As próximas etapas desta pesquisa consistem no refino da interpretação estratigráfica e sismoestrutural dos dados de subsuperfície, na realização dos ensaios de armazenamento, na caracterização das amostras de rocha após os ensaios, na avaliação dos mecanismos de interação rocha fluido e, por fim, no levantamento das implicações das alterações observadas na escala dos dados de subsuperfície.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2490483 - ALEX FRANCISCO ANTUNES
Interno - 1451214 - ADERSON FARIAS DO NASCIMENTO
Interna - 1149363 - VALERIA CENTURION CORDOBA
Interno - ***.901.818-** - YOE ALAIN REYES PEREZ - UFRN
Externo ao Programa - 1754344 - MARCOS ALLYSON FELIPE RODRIGUES - UFRN
Notícia cadastrada em: 29/01/2025 09:50
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