Influência da estratigrafia na silicificação hidrotermal no Sistema de Falhas de Afonso Bezerra, Bacia Potiguar, Brasil
Pipes hidrotermais; atributos sísmicos; escape de fluido; interpretação sísmica; silicificação.
A Bacia Potiguar, localizada na porção mais oriental da Margem Equatorial Brasileira, é conhecida por sua complexidade estrutural, caracterizada por horsts, grabens e extensos sistemas de falhas que controlam a circulação de hidrocarbonetos, o fluxo de fluidos hidrotermais e a geometria da bacia. No entanto, pouco se sabe
sobre como diferentes unidades litológicas influenciam o comportamento da silicificação hidrotermal. Este estudo utiliza dados sísmicos 2D e 3D para investigar o impacto do processo de silicificação na espessura de diferentes unidades litológicas (carbonatos, siliciclásticos e rochas cristalinas). Para isso, foi realizada uma interpretação convencional para identificar três unidades distintas em um volume sísmico: (i) rochas do embasamento cristalino; (ii) rochas siliciclásticas da Formação Açu; e (iii) rochas carbonáticas da Formação Jandaíra. Adicionalmente, utilizamos uma combinação de Controle Automático de Ganho (AGC) e atributos de variância para destacar os corpos de silicificação hidrotermal no subsolo. A combinação desses atributos permitiu a delimitação de alta resolução da distribuição dos corpos silicificados e a identificação de variações significativas de espessura em cada unidade litológica. Os resultados revelam variações significativas na espessura da silicificação entre as unidades litológicas analisadas. Nas rochas carbonáticas da Formação Jandaíra, a deposição de sílica resulta em corpos mais espessos, associados a maior conectividade estrutural. Nas rochas siliciclásticas da Formação Açu, o preenchimento por sílica na matriz porosa reduz a espessura observada. No embasamento cristalino, a silicificação está localizada em zonas de falha, refletindo o forte controle tectônico sobre a distribuição dos tubos hidrotermais. Essa abordagem oferece uma metodologia aprimorada para a caracterização sísmica de reservatórios, fornecendo uma base para a avaliação de processos diagenéticos em bacias de margem passiva. Ela contribui para o desenvolvimento de estratégias mais eficientes
de exploração e produção em ambientes geologicamente desafiadores, como a Bacia Potiguar.