Banca de DEFESA: ADRIANE GOMES PINHEIRO PRAXEDES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ADRIANE GOMES PINHEIRO PRAXEDES
DATA : 30/01/2020
HORA: 14:00
LOCAL: PPGG
TÍTULO:

Estudo geofísico/geológico da Elevação do Rio Grande e feições submarinas adjacentes - Atlântico Sul


PALAVRAS-CHAVES:

Elevação do Rio Grande; Magmatismo; Tectônica distensional


PÁGINAS: 90
RESUMO:

Nesta tese, são apresentados os resultados da aplicação do Método Sísmico de Reflexão em conjunto com dados de alguns furos em um alto no Oceano Atlântico Sul chamado de Elevação do Rio Grande, que fica a cerca de 1500 km do Rio de Janeiro, em águas internacionais. Há aproximadamente 100 Ma derrames vulcânicos na crosta oceânica, provocados pelo hot spot Tristan – Gough, teriam originado essa Elevação. Após isso, por volta de 97-90 Ma a Dorsal Meso-Atlântica teria quebrado a crosta oceânica e a Elevação teria se tornado parte da placa Sul-Americana. Em seguida, se inicia uma fase de sedimentação pelágica em ambiente de água rasa sobre a crosta elevada pelo derrame vulcânico. No Cretáceo Superior, intenso rifteamento afetou a Elevação resultante de forças distensionais de acomodação de placas e do movimento de abertura do Oceano Atlântico Sul. No Eoceno Médio a Superior, se segue um preenchimento sedimentar de significativa espessura. Também no Eoceno, expressivo magmatismo em decorrência de alivio de pressão, causado pela tectônica distensional, ocorreu na Elevação, formando vários montes submarinos e expondo parte da Elevação acima do nível do mar. Quando o magmatismo foi cessando entre o Eoceno e o Oligoceno, a Elevação foi sendo resfriada, subsidida, erodida e submersa.O objetivo dessa tese foi fazer o reprocessamento de linhas sísmicas antigas a fim de obter melhores imagens e novas informações das sequências tectono-deposicionais na Elevação do Rio Grande. A sísmica foi correlacionada com um furo a fim de obter interpretações sismoestratigráficas e uma sequência de etapas evolutivas, com base em conhecimento a priori, e assim fornecer explicações mais completas da evolução tectônica, vulcânica e sedimentar da Elevação. E ainda se objetivou levantar pontos de correlação entre a Elevação e a margem continental adjacente. Foi feito o reprocessamento de 4 linhas sísmicas utilizando o software Promax®. Em seguida, foi feita a correlação das unidades estratigráficas descritas em um furo próximo a uma das linhas. E assim, foram geradas interpretações sísmicas e modelo evolutivo da Elevação do Rio Grande. Foram também feitas interpretações de 3 linhas sísmicas localizadas nas regiões oceânicas entre a Elevação e o Platô de São Paulo, para isso foram utilizadas informações de 2 furos do DSDP. Nossos resultados mostram que o soerguimento da porção central da Elevação do Rio Grande foi o responsável pelo aparecimento de refletores inclinados dentro do embasamento, em ambos os flancos da Elevação. A interpretação do pacote sedimentar mostra que o pulso distensional causador do Rifte Cruzeiro do Sul teria estado ativo do Maastrichtiano ao Eoceno Médio/Superior. Outro rifte na encosta leste da porção central da Elevação é interpretado, se observando reativação recente. Falhas que vão do embasamento acústico até as unidades mais superficiais do pacote sedimentar somadas aos riftes abortados são evidências de que essa tectônica distensional se mantém do Cretáceo Superior ao Recente. Ainda com relação a tectônica, os efeitos do movimento strike-slip ao longo da Zona de Fratura Porto Alegre também foram observados no pacote sedimentar. Esta zona de fratura foi imageada na sísmica entre dois guyots. O movimento sinistral strike-slip teria deslocado o eixo do Rifte Cruzeiro do Sul cerca de 90 km para leste no Cretáceo Superior. Postulamos ainda, a partir de brechas e cinzas vulcânicas identificadas em alguns furos, uma anomalia térmica de grande proporção em decorrência do magmatismo que soergueu a porção central da Elevação. Observamos também melhoria no imageamento de mounds, inseridos do pacote sedimentar, que possivelmente estão associados a vulcanismo intrusivo no Eoceno ou a atividade hidrotermal na base do pacote sedimentar e/ou a chaminés de gás, devido ao aquecimento decorrente do magmatismo. Essas últimas hipóteses são corroboradas por depressões de cerca de 500 m de diâmetro no assoalho oceânico e falhas poligonais que podem estar relacionadas a presença de fluidos e pockmarks. Por fim, semelhanças entre as fácies sísmicas e os eventos de tectônica distensional no Cretáceo Superior e o vulcanismo no Eoceno apontam para evolução correlata entre a Elevação do Rio Grande e a margem continental adjacente. A presente tese representa novos conhecimentos acerca da Elevação do Rio Grande e suas adjacências, que deverão ser úteis para fins científicos e de exploração de recursos minerais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1315614 - DAVID LOPES DE CASTRO
Externo à Instituição - ELLEN DE NAZARÉ SOUZA GOMES - UFPA
Interna - 2218779 - HELENICE VITAL
Externo à Instituição - João Carlos Ribeiro Cruz - UFPA
Interno - 2042405 - MOAB PRAXEDES GOMES
Notícia cadastrada em: 10/01/2020 12:27
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