Banca de DEFESA: ROSANA MARIA DO NASCIMENTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSANA MARIA DO NASCIMENTO
DATA: 29/01/2015
HORA: 10:00
LOCAL: Auditório do Laboratório de Geofísica Aplicada - LaGAp
TÍTULO:

Estrutura crustal e mantélica da Província Borborema através de funções do receptor e dispersão de ondas superficiais.


PALAVRAS-CHAVES:

Província Borborema, Planalto da Borborema, Soerguimento Cenozóico, underplate máfico, Inversão conjunta, Funções do receptor, Tomografia de ondas superficiais. 


PÁGINAS: 231
GRANDE ÁREA: Ciências Exatas e da Terra
ÁREA: Geociências
SUBÁREA: Geofísica
RESUMO:

A Província Borborema, localizada no nordeste do Brasil, possui um embasamento de idade Pré-
cambriana e um arcabouço tectônico estruturado no final do Neoproterozóico. Após a separação dos
continentes Sul-Americano e Africano, durante o Mesozóico formou-se um sistema de riftes no
nordeste brasileiro, o qual deu origem às bacias marginais e interiores localizadas na Província.
Depois da separação continental, eventos de vulcanismos e epirogenia ocorreram na Província, tais
como o soerguimento do Planalto da Borborema e o magmatismo ao longo da linha MacauQueimadas
(MQA), marcando assim a evolução da Província. As causas do soerguimento do
Planalto poderiam estar associadas a um underplating magmático (material máfico preso na base da
crosta), talvez relacionado com a geração de plugs continentais jovens (93-7 Ma) ao longo do MQA
devido a um mecanismo de convecção em pequena escala na borda do continente. O objetivo deste
trabalho é investigar as causas do soerguimento intra-placa e sua possível relação com o vulcanismo
MQA utilizando sismologia de banda larga, tendo em conta a correlação de nossos resultados com
estudos geofísicos e geológicos realizados na província Borborema.
As metodologias de banda larga para investigar a estrutura profunda na província incluem as
funções do receptor e velocidade de dispersão das ondas de superfície. Tanto as funções de receptor
quanto a tomografia de dispersão de ondas superficiais são métodos que utilizam eventos
telessísmicos e permitem obter estimativas de parâmetros estruturais como espessura crustal, razão
Vp/Vs e velocidade de onda S. Os sismogramas utilizados neste trabalho para as funções do
receptor foram obtidas de 52 estações localizadas no Nordeste do Brasil: 16 estações de banda larga
da rede RSISNE (Rede Sismográfica do Nordeste do Brasil), 21 estações de período curto da rede
INCT-ET (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Estudos Tectônicos) e 6 estações de banda
larga. Estes resultados acrescentam significativamente dados anteriores coletados em estações
isoladas como a estação RCBR, da rede global GSN, as estações banda larga CAUB e AGBL do
projeto BLSP (Brazilian Lithosphere Seismic Project IAG/USP) e de 6 estações banda larga do
projeto Milênio (Estudos geofísicos e tectônicos na Província Borborema - CNPq). Para dispersão
de ondas de superfície foram usados sismogramas de 22 estações: 16 estações de banda larga da
rede RSISNE, bem como das 6 estações banda larga do projeto Milênio.
Neste trabalho foram desenvolvidas: (i) estimativas de espessura crustal e razão Vp/Vs para cada
estação usando as funções do receptor, (ii) novas medidas de velocidade de grupo de ondas de
superfície, que foram integradas com os percursos usados em uma tomografia da América do Sul, já
desenvolvida, para acrescentar a resolução no Nordeste Brasileiro e (iii) modelos de velocidades de
onda S (1D) para vários locais na Província Borborema usando a inversão simultânea de funções doreceptor com velocidades de dispersão. Os resultados descrevem velocidades de onda S para a base
da crosta que são consistentes com a presença de uma camada máfica de 5-7 .5 km de espessura. Foi
observada a camada máfica em apenas uma porção da região do planalto (parte sul) e ausência da
mesma na parte norte. Outra observação importante e que corrobora com estudos de funções do
receptor e refração sísmica são as diferentes espessuras crustais, também dividindo o planalto em
uma parte de crosta fina (parte norte) e outra parte de crosta espessa (parte sul). Os modelos
existentes para evidenciar a epirogenia não conseguem explicar todas essas observações. Sendo
assim, propõe-se que durante a orogenia Brasiliana, uma camada de material máfico pré-existente
foi delaminada, total ou parcialmente, da crosta. A delaminação parcial teria acontecido na parte sul
do planalto, onde estudos independentes acharam evidência de uma reologia mais resistente à
deformação. Após isso, durante o Mesozóico e consequente processo de rifteamento houve
afinamento da crosta da região costeira e depressão sertaneja, incluindo a parte norte do planalto. Já
no Cenozóico, o soerguimento da parte norte do planalto teria ocorrido e o resultado seria uma parte
norte sem material máfico na base da crosta e parte sul com camada máfica parcialmente
delaminada,mas ambos com topografia elevada até os dias atuais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1863578 - JORDI JULIA CASAS
Interno - 350640 - FRANCISCO HILARIO REGO BEZERRA
Interno - 349684 - WALTER EUGENIO DE MEDEIROS
Externo à Instituição - MARCELO SOUSA DE ASSUMPÇÃO - USP
Externo à Instituição - SÉRGIO LUIZ FONTES - ON/MCT
Notícia cadastrada em: 08/01/2015 16:57
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