TURISMO E A AGENDA 2030 NO RIO GRANDE DO NORTE: UMA ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS SERRANOS DO AGRESTE E SERIDÓ ORIENTAL
Interiorização do Turismo; Sustentabilidade; Agenda 2030; Rio Grande do Norte.
Embora o turismo no Rio Grande do Norte ainda seja predominantemente litorâneo, a busca por destinos no interior do estado tem crescido significativamente, especialmente na última década. As políticas publicas e o ideário da sustentabilidade impulsionam essa expansão. Nesse contexto, a natureza e a geodiversidade tornaram-se elementos essenciais na criação de novos produtos turísticos, com destaque para as serras do Agreste Potiguar e o Geoparque Seridó. Este estudo teve como objetivo analisar a adesão dos municípios turísticos das Instâncias de Governança Regional (IGR) Serras do Agreste Potiguar e do Seridó aos princípios de sustentabilidade definidos pela Agenda 2030, com o intuito de propiciar a valorização do local. Para tanto, foram utilizados procedimentos metodológicos como pesquisa bibliográfica e documental, levantamento de dados secundários, aplicação de questionários e entrevistas, além da realização de trabalho de campo. Os resultados obtidos indicaram um desempenho insatisfatório dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com a maioria dos indicadores apresentando fragilidades. Embora alguns ODS tenham demonstrado resultados relativamente mais positivos, especialmente aqueles vinculados à dimensão ambiental, todos os municípios analisados encontram-se em um patamar baixo de desenvolvimento sustentável. De modo geral, os indicadores mais críticos concentram-se nas dimensões social, econômica e de gestão. No que se refere à valorização do local, é inegável que os municípios vêm adotando práticas que promovem a cultura e fortalecem a identidade comunitária, com destaque para a produção artesanal e a culinária. Os resultados mais satisfatórios foram encontrados nos municípios da IGR Seridó, onde as iniciativas de valorização do local apresentam maior consistência e estrutura. No entanto, ainda persistem lacunas significativas, como a baixa diversidade de produtos, a limitada organização de associações e as deficiências em infraestrutura. Portanto, esta investigação é fundamental não apenas para a compreensão do cenário atual do turismo no interior do estado, mas também como subsídio para futuras ações voltadas ao aprimoramento das práticas turísticas, com foco na sustentabilidade e na valorização do local, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Agenda 2030.