As praças de Mossoró (RN) e a alimentação fora do lar
Praças públicas. Alimentação fora do lar. Consumo.
Resultado de uma influência da arquitetura portuguesa, as praças são historicamente equipamentos centrais nas cidades brasileiras, tanto morfologicamente, considerando que para o surgimento de uma cidade, deveria haver em sua morfologia uma capela e um pedaço de terra que se tornaria a praça central, quanto na sua funcionalidade, já que a praça foi por muito tempo o principal espaço de sociabilidade, do encontro e do convívio da população. Isso fez com que no período atual as cidades apresentassem variadas praças, em que algumas agregaram novas atividades como o comércio de alimentos para consumo fora do lar. É levando isso em consideração que o problema que orienta a proposta desta pesquisa é: Qual a importância das praças para a dinâmica do comércio de alimentação fora do lar que ali se instalam? O objetivo geral para a tese aqui presente é: analisar as praças de Mossoró -RN enquanto espaço de uso do comércio e serviços de alimentação para consumo fora do lar e a dinâmica dessa relação. A tese defendida neste trabalho é a de que em Mossoró o comércio de alimentação fora do lar assume um papel relevante no uso das praças, por um lado impulsionando o fluxo de pessoas a partir do consumo, e por outro se tornando uma atividade que transforma as praças em um espaço de interesse de diversos agentes. A metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho teve inicialmente leitura teórica sobre as transformações das formas de uso das praças e a alimentação fora do lar. Num segundo momento, foi pesquisado o recorte para seleção dos estabelecimentos, a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE, 2020), bem como selecionados fontes de dados secundários, como o Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), Relação anual de informações sociais (RAIS) e Cadastro geral de empregos e de Desempregados (Caged). Ao trazer para a discussão questões geográficas relacionadas ao consumo (seja como necessidade, seja como elemento da cultura de consumo), destacamos aspectos como o uso dos espaços públicos, as praças, e sua transformação em mercadorias, além do consumo de alimentação fora do lar e suas singularidades e estratégias. Esses temas permitem compreender as novas dinâmicas de consumo que não apenas transformam o espaço geográfico, mas também reconfiguram as complexidades sociais.