TERRITÓRIO USADO E A PRODUÇÃO DE PATENTES NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL: A RELEVÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA
Território usado, Sistema Territorial de Inovação (STI), Patentes, Inovação tecnológica, desigualdades espaciais
O meio técnico-científico-informacional tem sido marcado pelos esforços dos países do Norte e do Sul global em se destacarem no âmbito da Ciência, Tecnologia e Inovação, em um cenário onde há primazia das técnicas e do conhecimento científico na produção de inovações tecnológicas. Sendo assim, com o intuito de construir uma base sólida de conhecimento e tecnologia para impulsionar o crescimento econômico e promover o bem-estar social, os países têm buscado a concessão de patentes como um meio de garantir a exploração comercial de suas criações, em um processo que envolve diversos agentes, como o Estado, instituições de ensino e pesquisa, empresas e pesquisadores. A pesquisa busca contribuir para a compreensão dessas dinâmicas no Brasil, especialmente na Região Nordeste (NE), em um contexto marcado por desigualdades socioespaciais. A partir disso, é possível questionar: quais usos do território na Região NE podem ser evidenciados a partir do desenvolvimento de pesquisas que conduzem à obtenção de patentes? Diante disso, a hipótese proposta é que há um Sistema Territorial de Inovação (STI) na Região NE, ainda periférico, no qual as instituições de ensino e pesquisa, principalmente as públicas, são os principais agentes que utilizam o território para a produção de patentes. Entretanto, esse uso é seletivo e reforça as desigualdades espaciais. Ademais, sugere-se que as instituições desempenham um papel crucial na criação de novas tecnologias e na formação de cooperações estratégicas que fortalecem a capacidade regional de inovação. Portanto, o objetivo desta pesquisa de dissertação é compreender o uso do território pelas instituições de ensino e pesquisa na Região NE para a criação de inovações tecnológicas, via produção de patentes, entre 1990 e 2023. A pesquisa trata essas instituições como agentes, fixos geográficos e objetos técnicos, que utilizam o território e, com isso, geram fluxos de conhecimento e inovação, contribuindo para as dinâmicas territoriais. O trabalho utiliza uma abordagem metodológica dividida em cinco etapas: 1) revisão bibliográfica e documental sobre inovação, território e patentes; 2) coleta de dados secundários de fontes governamentais e institucionais; 3) análise de documentos normativos e políticas de inovação; 4) coleta de dados primários por meio de campo, questionários e entrevistas; e 5) produção de elementos visuais, como mapas e gráficos. A dissertação utiliza as categorias de análise do território usado, a tecnoesfera/psicoesfera e o STI para a compreensão das dinâmicas relacionadas ao território e à inovação tecnológica. Dessa forma, a pesquisa busca contribuir para o entendimento das relações entre território e inovação tecnológica em contextos periféricos.